Navio ainda está ancorado no Canal de Suez com tripulação presa

Arquivado em:
Publicado Segunda, 03 de Maio de 2021 às 07:30, por: CdB

Depois de ter ficado encalhado em março, durante uma semana, e de ter sido posteriormente liberado, o navio Ever Given, de bandeira panamenha, continua proibido de deixar o Canal de Suez até que os proprietários paguem às autoridades a multa pelos danos causados.

Por Redação, com ABr - do Cairo Depois de ter ficado encalhado em março, durante uma semana, e de ter sido posteriormente liberado, o navio Ever Given, de bandeira panamenha, continua proibido de deixar o Canal de Suez até que os proprietários paguem às autoridades a multa pelos danos causados. Mas não é apenas o navio que continua parado em uma das principais rotas marítimas comerciais do mundo: a tripulação ainda está presa a bordo do cargueiro e sem previsão para ser liberada.
navio.jpg
Navio encalhou de 23 a 29 de março, causando grande engarrafamento
O navio encalhou no Canal de Suez em 23 de março e foi retirado em 29 de março, tendo bloqueado durante a semana uma das principais rotas marítimas comerciais do mundo. Entretanto, a Autoridade do Canal de Suez calculou perdas entre US$ 12 milhões e US$ 15 milhões por cada dia que o Ever Given bloqueou a passagem, gerando grande engarrafamento. O tráfego marítimo no Canal de Suez foi retomado com normalidade, continuando, no entanto, o Ever Given retido com a sua tripulação de 25 pessoas e uma carga de cerca de 20 mil contêineres. Agora, depois de um mês do incidente, a tripulação ainda está ancorada no Egito, sem saber quando poderá voltar para casa. Há um conflito entre a Autoridade do Canal e as empresas responsáveis pelo navio sobre quem deve pagar a indenização pelos danos do acidente e, assim, retirar o Ever Given do local. O Ever Given encontra-se, no momento, no Grande Lago Amargo, um dos lagos do norte do canal. A Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) já visitou a tripulação e garantiu que ela está bem. Em comunicado, a ITF disse que a equipe, no entanto está numa posição delicada e todos estão ansiosos para saber se poderão voltar para casa quando terminarem os contratos. – É natural que fiquem ansiosos com a incerteza da situação – disse à agência britânica de notícias BBC Abdulgani Serang, do sindicato Indian Boaters' Union, que representa a tripulação do Ever Given. – Há profissionais que não têm qualquer responsabilidade pelo incidente e não deveriam ser responsabilizados por ele. Deixem as negociações serem resolvidas onde devem ser resolvidas. A situação não devia ser solucionada deixando os marinheiros no Egito. Eles não deveriam sentir pressão por esse incidente – defende.

A situação incerta

A situação incerta deve-se a uma multa no valor de US$ 916 milhões exigidos pela Autoridade do Canal. E até que a multa seja paga, tanto a embarcação quanto a tripulação e carga serão mantidas como "reféns" pelas autoridades. "A Autoridade do Canal de Suez não deu uma justificação detalhada para essa quantia extraordinariamente grande, que inclui US$ 300 milhões de 'bônus pelo salvamento' e US$ 300 milhões por 'perda de reputação', faltando justificar o restantes, explicou a UK P&I Club, seguradora marítima que representa os proprietários do navio. O problema é que o navio é propriedade de uma empresa japonesa, mas é operado por uma companhia de Taiwan e tem bandeira do Panamá. A Autoridade do Canal não explicou ainda quem terá de assumir o pagamento da indenização. – A embarcação permanecerá aqui até que as investigações estejam concluídas e a indenização seja paga – disse o tenente-general Osama Rabie, que chefia a Autoridade do Canal de Suez. – Esperamos um acordo rápido. No momento em que concordarem com a compensação, o navio poderá ser retirado – acrescentou.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo