Plano de desinvestimento da Petrobras fica ainda mais agressivo

Arquivado em:
Publicado Sexta, 15 de Março de 2019 às 13:24, por: CdB

Em linha com a palavra do presidente, a empresa relançou, na terça-feira, um processo para permitir novos lances de interessados em sua rede de gasodutos TAG, um de seus principais ativos à venda.

 
Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro
  A Petrobras estaria pronta a vender US$ 10 bilhões em ativos, nos próximos 45 dias, com a realização de um programa de desinvestimentos. Este será bastante mais agressivo do que o anterior, afirmou nesta sexta-feira o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O executivo não detalhou quais são os ativos em vista.
br-petrobras.jpg
A rede de gasodutos da estatal é um dos setores a ser privatizado pela nova administração
Em linha com a palavra do presidente, a empresa relançou, na terça-feira, um processo para permitir novos lances de interessados em sua rede de gasodutos TAG, um de seus principais ativos à venda. A TAG já recebeu uma oferta avaliada em cerca de US$ 8 bilhões de um grupo liderado pela francesa Engie.

Águas profundas

A companhia também já anunciou neste ano a venda da refinaria de Pasadena, para a Chevron, do campo de Maromba, para a BW Offshore, e a conclusão da negociação de ativos de distribuição no Paraguai. — Acredito que, nos primeiros quatro meses do ano, nós tenhamos realizado desinvestimentos de US$ 10 bilhões e pretendemos fazer muito mais do que isso ao longo do tempo — disse Castello Branco, ao participar do seminário Nova Economia Liberal, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O executivo reiterou o foco principal da companhia nas atividades que trazem maior rentabilidade, que são a exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. — Talvez, em 12 meses, nós tenhamos três ou quatro vezes mais do que esses US$ 10 bilhões. Tudo vai depender do mercado — acrescentou.

Privatizar

Junto com os desinvestimentos, que buscam também desalavancar a empresa, Castello Branco pontuou seu objetivo de buscar redução de custos e melhor retorno para os acionistas. Segundo afirmou, a Petrobras teve grande melhora financeira, mas ainda está “muito aquém” de outras gigantes petroleiras internacionais. No seminário, que contou com atores importantes do governo brasileiro, incluindo o ministro da Economia, Paulo Guedes, Castello Branco voltou a defender a privatização de bancos estatais, assim como da Petrobras. No entanto, ponderou que isso não está na pauta. — Já que não podemos privatizar, não temos mandato para isso, vamos transformar a Petrobras o mais próximo possível de uma empresa privada, que crie valor para seus acionistas e o principal acionista da Petrobras é a sociedade brasileira — afirmou.

Gás natural

Durante a fala, o executivo também pontuou, sem entrar em detalhes, que a empresa está trabalhando juntamente com o governo federal para mudar e aprimorar o ambiente de negócios para o gás natural no Brasil. Castello Branco acrescentou que a Petrobras será parte do setor, mas não tem a intenção de ser dominante, como atualmente. O governo federal tem preparado uma reforma regulatória no setor de gás natural para aumentar a competição e reduzir custos, conforme publicado mais cedo nesta semana pela agência inglesa de notícias Reuters, com base no que afirmou uma fonte.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo