Prefeitura de Duque de Caxias vacina pessoas com 60 anos e provoca filas

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Publicado Sexta, 05 de Março de 2021 às 08:17, por: CdB

A prefeitura de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, decidiu vacinar, a partir desta sexta-feira, pessoas com 60 anos ou mais. A medida provocou uma corrida aos nove pontos localizados no distrito de Xerém e enormes filas desde cedo.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro A prefeitura de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, decidiu vacinar, a partir desta sexta-feira, pessoas com 60 anos ou mais. A medida provocou uma corrida aos nove pontos localizados no distrito de Xerém e enormes filas desde cedo.
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A prefeitura de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, decidiu vacinar, pessoas com 60 anos ou mais
A Polícia Rodoviária Federal informou, por exemplo, que as filas de carros para chegar aos locais de vacinação estão provocando um engarrafamento na BR-040, que dá acesso ao distrito de Xerém. Às 7h30 desta sexta-feira, a retenção se estendia do km 101 até km 103.

Doses disponíveis

A prefeitura informou que há 6 mil doses disponíveis. Apenas em Duque de Caxias, a população com mais de 60 anos passa de 120 mil pessoas, de acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além disso, não está sendo exigido o comprovante de residência, o que permite que pessoas de outras cidades se imunizem em Caxias. Até quinta-feira, Duque de Caxias estava vacinando idosos com 80 anos ou mais. Até o momento, foram vacinadas 22 mil pessoas no município.

Novas restrições no Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse na quinta-feira que as novas medidas restritivas adotadas pela administração municipal são uma forma preventiva de combater a covid-19. Ele afirmou que não houve registro de aumento de casos, nem de óbitos, mas foi identificada uma tendência de alta nos atendimentos na rede de urgência e de emergência de pessoas com síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave, que antecedem a notificação de um caso de covid-19.  A prefeitura do Rio publicou na quinta-feira decreto com novas medidas de isolamento social para combater a pandemia. Entre elas, figura a proibição de permanência de pessoas em vias e áreas públicas das 23h às 5h. Também foi determinado que bares, lanchonetes e restaurantes devem fechar, para atendimento presencial, a partir das 17h. Esses estabelecimentos só poderão funcionar das 6h às 17h, podendo atender a um número máximo de clientes correspondente a 40% de sua capacidade instalada. – Essas medidas têm um objetivo principal: evitar que se repita em 2021 o genocídio de 2020, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro – disse o prefeito, durante a apresentação das novas medidas de restrição e da nona edição do Boletim Epidemiológico, destacando que, em 2020, a capital teve taxas de mortalidade e de letalidade acima de São Paulo, a maior cidade do país e que tem o dobro da população do Rio. Paes afirmou que os dados dos atendimentos, ainda que sem confirmação da contaminação, são os que mais o preocupam. “Quando a gente olha para esse dado aí, ele é um dado que liga um sinal de alerta. É um dado que vem me incomodando e a todos da prefeitura desde o finalzinho da semana passada. Daí eu ter intensificado o debate com os especialistas sobre esse tema. Nosso objetivo é nos antecipar para que possamos manter os números baixos [da doença] que estamos tendo este ano”, garantiu.

Fatores

Paes afirmou que quatro fatores serviram de base para a adoção das medidas que entram em vigor amanhã às 17 horas e vão valer até o fim da próxima quinta-feira. Além dos dados científicos sobre o aumento de atendimentos nas unidades de saúde de pessoas com sintomas da doença, foi considerado o agravamento do cenário que vem ocorrendo no país e, especialmente no entorno, com os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Outro fator levado em consideração foi a nota técnica do Boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na terça-feira, alertando de que, pela primeira vez desde o início da pandemia, foi verificado em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento de casos de covid-19 e óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais. – Há uma situação nacional que isso possa chegar ao Rio de Janeiro. Ainda não chegou e espero que não chegue – explicou. O quarto fator é a falta de respeito por parte da população às regras sanitárias e medidas restritivas já adotadas para evitar aglomerações, inclusive, com pessoas sem usar máscaras de proteção. – O que nós vemos, infelizmente, é uma irresponsabilidade – afirmou Paes, isentando donos de bares e restaurantes, que segundo ele, têm colaborado.

Carnaval

O prefeito contestou a avaliação de que o aumento de atendimentos com sintomas da doença tenha sido provocado especificamente por causa de aglomerações no carnaval, que foi cancelado. Paes voltou a falar que boa parte da população seguiu as orientações de evitar concentrações e citou o fato deste ano não ter ocorrido a apresentação do Cordão da Bola Preta, que costuma reunir um número elevado de foliões. “Não tivemos o Bola Preta, nem [outros] blocos nas ruas. As pessoas colaboraram majoritariamente no carnaval. Algumas desrespeitaram, mas a maioria colaborou”.

Mapa

Embora o mapa da cidade mostre que Copacabana, na Zona Sul, seja a única das 33 regiões administrativas a permanecer em risco alto para a doença, na cor laranja, a prefeitura resolveu manter a capital nesta condição com todas as medidas restritivas que já estavam valendo. O Boletim Epidemiológico costuma ser divulgado às sextas-feiras, mas foi antecipado pela necessidade do anúncio das novas medidas. “Os números positivos que temos em 2021, o que nós queremos é que eles continuem positivos. Daí, a razão de boa parte das restrições que anunciamos hoje”, concluiu o prefeito.

Fiscalização

O prefeito do Rio anunciou que as ações para verificar o cumprimento de novas medidas foram analisadas na quinta-feira, durante reunião com representantes das forças de segurança do Estado, que dão apoio às fiscalizações, e da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). – Essas medidas que estamos tomando facilitam a fiscalização do município. Precisamos ter mais capacidade de agir. É muito difícil chegar com as medidas que temos que tomar e fiscalizar. São medidas concretas. Eu vi no domingo quiosques na Lagoa Rodrigo de Freiras, uma vergonha. Ninguém quer fechar quiosques, mas as pessoas estão se aglomerando – afirmou.

Lockdown

O prefeito disse que entende as dificuldades causadas  pelas medidas restritivas, mas reforçou que elas são necessárias para evitar que a situação se agrave e o município tenha que decretar lockdown (bloqueio total do comércio e outros setores). Afirmou, no entanto, que se não houver alternativa, isso será feito.  
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