Rio aposta na economia criativa para alavancar a cultura 

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Publicado Segunda, 11 de Março de 2019 às 11:49, por: CdB

Um dos principais objetivos da atual gestão é tornar a cultura um dos vetores de desenvolvimento do estado. Para isso, de acordo com o secretário, foi preciso saber a real situação da pasta.

Por Redação, com ACS - de Rio de Janeiro

Alinhado às tendências mundiais, o Governo do Estado trouxe o conceito da Economia Criativa para a área cultural Fluminense em 2019. Intitulada de Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa a partir de agora, a pasta, que é liderada por Ruan Lira, administra, além de espaços culturais do estado, como os teatros e as bibliotecas-parque, a chamada indústria criativa fluminense.
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Secretário Ruan Lira também falou sobre ações para as bibliotecas-parques e o Theatro Municipal
- A economia criativa é um conceito inovador, que já vem se consolidando em diversos países. Só no Brasil, representou 2,6% do PIB nacional no ano passado. Isso significa cerca de R$ 155 bilhões em nossa economia. Foi o setor que mais cresceu em termos de atividades e bens de serviço. A cadeia produtiva do setor criativo gera cada vez mais empregos – afirmou. O secretário acrescentou: - Instituições como Sebrae e Firjan já têm estudos sobre esse conceito, bem como a iniciativa privada - Fundação Getúlio Vargas e Escola Superior de Propaganda e Markting). Por isso, o Governo enxergou a necessidade de uma consolidação institucional para que a Economia Criativa tivesse um suporte para o desenvolvimento no setor cultural. A arte é a essência da cultura, mas era preciso planejamento, organização e elaboração de projetos para integrar toda a cadeia produtiva fluminense. Um dos principais objetivos da atual gestão é tornar a cultura um dos vetores de desenvolvimento do estado. Para isso, de acordo com o secretário, foi preciso saber a real situação da pasta. - Encontramos alguns pontos críticos desde a transição, como a máquina administrativa inchada, funcionários subutilizados e sem conformidade com a função exercida. Nossa missão foi gerar eficiência na gestão e, já nesses dois primeiros meses, conseguimos reduzir despesas e aumentar receitas em nossos equipamentos culturais. O setor privado também já tem nos procurado para parcerias. Trabalhamos com um tripé: governo, iniciativa privada e sociedade civil para dar transparência e credibilidade – disse Ruan.

Bibliotecas-Parque

Sob administração da Secretaria de Cultura e Economia Criativa estão as bibliotecas-parques estaduais. Atualmente, são quatro, no Centro do Rio, Rocinha, Complexo do Alemão e Manguinhos. A de Niterói, em parceria com o Governo do Estado, está sendo administrada pela Prefeitura daquele município. Entre os objetivos, está a reabertura da Biblioteca do Alemão. - Queremos colocar todas em pleno funcionamento. E, para isso, é preciso reabrir a do Alemão. Estamos trabalhando em conjunto com a Secretaria de Transportes por conta do teleférico da comunidade e já fizemos visitas técnicas para o levantamento do que falta para reativá-la o mais rápido possível. A Biblioteca-Parque da Rocinha, que atende cerca de 200 mil pessoas, segue aberta e queremos que dialogue com o Complexo Esportivo, pois tem que haver essa integração. Elas são mais do que um espaço de leitura, são multiculturais – lembrou o secretário. Também à disposição do público, a de Manguinhos e a do Centro do Rio seguirão com a programação diversificada para que se tornem, cada vez mais, centros culturais de formação, capacitação e de desenvolvimento do lado humano e social.

Theatro Municipal

Para comemorar os 110 anos de existência do Theatro Municipal, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa está desenvolvendo um projeto itinerante, que levará o corpo artístico às dez regiões fluminenses. - Ele é a grande joia do Brasil. Para celebrar o aniversário do Theatro Municipal, vamos levá-lo para o interior do Rio de Janeiro. Na análise no início da gestão, verificamos problemas que a antiga administração não resolveu. Já estamos trabalhando com soluções criativas como, por exemplo, os aluguéis do espaço para fazer as intervenções necessárias. O Municipal é nosso grande orgulho – salientou Ruan, que também anunciou a permanência do projeto “Teatro a um Real”: - Vamos manter esse projeto, que é um sucesso de público, com o Theatro Municipal lotado. É importante popularizar o acesso da população à música erudita. Com relação aos demais teatros, nossa intenção é que todos sejam ocupados todos os dias com uma programação robusta e diversos tipos de opções.

Lei de Incentivo à Cultura

Instrumento legal do estado, a Lei de Incentivo à Cultura teve uma importante mudança no fim do ano passado: agora o valor investido em eventos e projetos culturais é 100% isento. Isso foi fundamental para tornar o Rio de Janeiro igual aos demais estados da federação. - Antes, a empresa investidora precisava desembolsar 20%, pois somente 80% do investimento eram passíveis de isenção fiscal. Com a reformulação da lei, o Rio se torna agora mais competitivo e poderá disputar com São Paulo, por exemplo, para ser sede de espetáculos culturais – informou. Segundo Ruan, projetos incentivados terão critérios mais rigorosos e mecanismos de controle da legislação, como uma prestação de contas mais eficiente, para dar mais transparência. - Vamos exigir um estudo de impacto socioeconômico dos projetos que solicitarem a Lei de Incentivo à Cultura, de forma que comprovem a relevância daquela ação para a sociedade. Além disso, haverá ainda a contrapartida social, onde todo projeto incentivado atenda alguma necessidade que o estado tenha, de urgente a médio e longo prazo – finalizou o secretário.

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