Jacob Zuma é declarado inelegível e afastado das eleições

Arquivado em:
Publicado Segunda, 20 de Maio de 2024 às 12:49, por: CdB

A saga judicial a respeito da participação de Zuma nas eleições monopolizou o debate às vésperas do pleito, que promete ser o mais disputado nos últimos 30 anos na África do Sul.


Por Redação, com CartaCapital - de Joanesburgo


A Corte Constitucional da África do Sul, o principal órgão judicial do país, declarou nesta segunda-feira o ex-presidente Jacob Zuma inelegível devido a uma condenação à prisão de 2021 e o excluiu das eleições legislativas que acontecerão dentro de nove dias.




africa.jpg
Ex-presidente sul-africano Jacob Zuma é declarado inelegível e afastado das eleições

Zuma, 82 anos, foi condenado pelo mesmo tribunal a 15 meses de prisão por desacato depois que se negou, reiteradamente, a comparecer a uma comissão de inquérito sobre a corrupção estatal durante seus nove anos na presidência (2009-2018).


– Zuma foi declarado culpado por uma infração e condenado a uma pena de prisão de mais de 12 meses – afirmou a juíza Leona Theron ao ler a decisão.


– Portanto, não pode ser membro da Assembleia Nacional nem disputar as eleições – acrescentou. O ex-presidente pode recorrer contra a decisão no mesmo tribunal.


Durante as 10 horas de debates no início de maio, o advogado de Zuma, Dali Mpofu, tentou argumentar que o ex-presidente não poderia ser considerado inelegível porque a sua pena de prisão foi reduzida.


Detido em julho de 2021, o político passou pouco mais de dois meses na prisão: primeiro ele obteve a liberdade condicional por motivos de saúde e depois uma redução da pena.


A Corte Constitucional, no entanto, determinou que apenas a duração da pena imposta é relevante, não o período de pena cumprido.


A saga judicial a respeito da participação de Zuma nas eleições monopolizou o debate às vésperas do pleito, que promete ser o mais disputado nos últimos 30 anos na África do Sul.


Mais de 27,5 milhões de sul-africanos estão registrados para comparecer às urnas em 29 de maio e escolher seus deputados, que por sua vez definirão o próximo presidente.



Congresso Nacional Africano


O Congresso Nacional Africano (CNA), partido no poder desde o fim do apartheid, corre o risco de perder pela primeira vez a maioria absoluta no Parlamento e ser obrigado a formar um governo de coalizão.


Jacob Zuma era candidato a uma cadeira no Parlamento e estava nas cédulas de votação já impressas como o líder de um novo partido de oposição, o ‘Umkhonto We Sizwe’ (MK, a “Lança da Nação” em zulu).


O MK afirmou em um comunicado que “não se surpreende” com a decisão judicial “tendenciosa e contraditória, e que “a vitória é certa”.


Zuma fará uma declaração pública nos próximos dias, acrescentou o partido.




Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo