Temer fecha questionário a que responde com Rocha Loures

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Publicado Quinta, 18 de Janeiro de 2018 às 14:42, por: CdB

Ao lado de seu ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures — que cumpre prisão domiciliar — Temer é investigado sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.



Por Redação - de Brasília

 

Presidente de facto, Michel Temer finalizou as respostas às 50 perguntas feitas pela Polícia Federal (PF); no inquérito que investiga a edição de um decreto que teria beneficiado empresas concessionárias do setor portuário. A entrega fora prometida para esta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), apurou a reportagem do Correio do Brasil.

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Loures, o homem que saiu correndo com uma mala cheia de dinheiro de propina, era homem de confiança de Temer

Ao lado de seu ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures — que cumpre prisão domiciliar — Temer é investigado sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A ação indica que ambos participaram na edição do decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários. Estes teriam beneficiado a empresa Rodrimar S.A.; que opera áreas do porto de Santos.

O decreto, de maio do ano passado, aumentou o prazo dos contratos de concessões de 25 para 35 anos, podendo ser prorrogado até 70 anos, o que beneficia as atuais empresas concessionárias

Advogado

Temer passou o dia em São Paulo, às voltas com o questionário. Ainda assim, poderá voltar a se reunir com o advogado, Antonio Claudio Mariz de Oliveira; apesar de já ter revisado as respostas do inquérito. O prazo final para a entrega das respostas é de menos de 24 horas.

O dia do emedebista, no entanto, ficou concentrado em uma série de entrevistas. O Palácio do Planalto, no entanto, distribuiu agenda dizendo que não havia compromissos oficiais.

Temer embarcou, nesta manhã, na capital paulista e seguiu para a sede do SBT. Ele marcou duas entrevistas. Uma com o apresentador Silvio Santos e outra com Carlos Massa, o “Ratinho”. Silvio Santos, depois de um encontro com Temer em São Paulo, há alguns dias, pediu a conversa com o presidente para explicar a reforma da Previdência; que o apresentar alegou não apoiar porque não entendia.

Folha

Temer deve ser colocado no palco do programa de Silvio Santos, que vai ao ar no domingo. Ainda não há data para a entrevista com Ratinho ir ao ar. Esta é a segunda vez que Temer vai ao programa. Na última, em abril de 2017, também defendeu as reformas, previdenciária e trabalhista.

As entrevistas, em programas mais populares; são parte de uma ofensiva do governo para diminuir a resistência da população à reforma da Previdência. E, com isso, convencer os parlamentares a votarem as mudanças em um ano eleitoral. Hoje o governo tem pelo menos 50 votos menos do que a margem necessária para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição.

À tarde, o emedebista falaria ao diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, segundo o Palácio do Planalto.

Perdeu

Ainda nesta quinta-feira, a 10ª Vara Cível de Brasília negou pedido de indenização por danos morais, no valor de R$ 600 mil. A ação foi movida por Michel Temer contra o empresário e delator da J&F Joesley Batista. Pedido de indenização foi feito após uma entrevista onde Joesley acusou Temer de ser "chefe de quadrilha”. A denúncia foi publicada pela revista Época, em junho do ano passado. Com a decisão, Temer terá que pagar 10% do valor pedido (R$ 60 mil) para o pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

Segundo a ação movida por Temer, Joesley teria contado "mentiras e inverdades, maculando sua honra com afirmações absolutamente difamatórias, caluniosas e injuriantes". Na entrevista, Joesley disse, ainda que possuía relação institucional com Temer para tratar de financiamento de campanhas eleitorais. Tendo, inclusive, pago R$ 300 mil para custar campanhas na internet pelo impeachment da presidenta deposta Dilma Rousseff, dentre outros pontos.

Segundo o magistrado, os fatos descritos na entrevista já eram de conhecimento público em razão da delação premiada firmada pelo empresário com o Ministério Público Federal. "Importante destacar, também, que a entrevista publicada na revista apresenta narrativa clara e objetiva. Sem a utilização de adjetivações pejorativas ou discriminatórias de natureza pessoal que revelem o desejo de ofender a honra do autor”, conclui a sentença.

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