A revelação do acobertamento do incidente na empresa norte-americana resultou na demissão de dois funcionários responsáveis por sua reação à invasão
Por Redação, com Reuters - de Nova York:
O Uber Technologies pagou US$ 100 mil para hackers manterem em segredo uma grande invasão ocorrida no ano passado que expôs informações pessoais de cerca de 57 milhões de contas, informou a empresa na terça-feira.
A revelação do acobertamento do incidente na empresa norte-americana resultou na demissão de dois funcionários responsáveis por sua reação à invasão; disse Dara Khosrowshahi, que substituiu o cofundador Travis Kalanick como presidente-executivo em agosto.
– Nada disto deveria ter acontecido e não inventarei desculpas – disse Khosrowshahi em uma postagem em um blog.
A invasão aconteceu em outubro de 2016. Mas Khosrowshahi disse só ter tomado conhecimento dela recentemente.
Trata-se de mais uma polêmica envolvendo a Uber na sequência de alegações de assédio sexual; um processo por suposto roubo de segredos comerciais e vários inquéritos criminais federais que culminaram na saída de Kalanick em junho.
As informações roubadas incluíam nomes, endereços de email e números de celular de usuários do Uber de todo o mundo; além dos nomes e números de carteiras de motorista de cerca de 600 mil motoristas norte-americanos, segundo Khosrowshahi.
Os passageiros do Uber não precisam se preocupar porque não houve indícios de fraude; e os motoristas cujos números de placas foram roubados receberão proteção gratuita contra roubo de identidade e monitoramento de crédito, disse a Uber.
Dois hackers tiveram acesso a informações particulares armazenadas no GitHub; um serviço que permite que engenheiros colaborem em códigos de software. Ali os dois roubaram credenciais do Uber; para um provedor de serviços de nuvem separado, onde conseguiram baixar dados de motoristas e passageiros, informou a empresa.
GitHub
Uma porta-voz do GitHub disse que a invasão não resultou de uma falha na segurança de sua companhia.
– Embora eu não possa apagar o passado, posso me comprometer, em nome de todos os funcionários da Uber; a aprender com nossos erros – afirmou Khosrowshahi.
Ele disse que a empresa começou a notificar agências reguladoras, e uma porta-voz disse; que a Procuradoria-Geral de Nova York iniciou uma investigação.
Agências reguladoras da Austrália e das Filipinas disseram que analisarão o assunto. O Uber está tentando melhorar sua imagem na Ásia; onde teve problemas com as autoridades e está negociando com um consórcio envolvendo o banco japonês Softbank para novos investimentos. O SoftBank recusou-se a comentar.