Violência em protestos contra ditadura em Mianmar deixa mortos e feridos

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Publicado Domingo, 28 de Fevereiro de 2021 às 16:09, por: CdB

Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), disse em um comunicado que pelo menos 18 pessoas foram mortas.

Por Redação, com agências internacionais - de Naipidau

A repressão da polícia aos protestos contra o governo militar em Mianmar, deixou ao menos 18 mortos e 30 feridos em três cidades do país neste domingo. Segundo uma reportagem publicada pelo portal de direita Myanmar Now, a polícia atirou contra os manifestantes após não conseguir dispersar as multidões com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. O número de mortes, na noite passada, foi o maior desde que o país foi tomado por protestos.

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Manifestantes enfrentaram as forças de repressão nas ruas de Naipidau

Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), disse em um comunicado que pelo menos 18 pessoas foram mortas.

Munição real

"As mortes ocorreram como resultado de munição letal disparada contra multidões em Yangon, Dawei, Mandalay, Myeik, Bago e Pokokku", disse o comunicado.

Uma das vítimas deste domingo é um homem que foi levado ao hospital depois de ter sido baleado no peito, de acordo com um médico que não quis se identificar, em Yangon, a maior cidade de Mianmar.

Fraude

Myo Thu, um dos professores que se juntou ao protesto, disse que as forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo e munições letais enquanto os professores se preparavam para a marcha.

— Estávamos em frente à secretaria de educação desde as 8h (horário local) e as pessoas ainda estavam se reunindo para começar a marchar. Ainda não tínhamos feito nada, mas eles simplesmente vieram até nós e fizeram a repressão — relatou.

Em 1º de fevereiro, os militares deram um golpe de Estado, expulsando a conselheira de estado Aung San Suu Kyi, o presidente Win Myint e outros altos funcionários do governo por causa de uma suposta fraude nas eleições gerais de 8 de novembro.

Eles declararam estado de emergência de um ano e prometeram realizar uma nova votação depois disso, enquanto colocavam os líderes depostos em prisão domiciliar. O golpe desencadeou protestos em massa em todo o país com confrontos violentos e mortes causadas pela repressão dos militares.

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