A esquerda amadureceu

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Publicado Terça, 03 de Abril de 2018 às 12:37, por: CdB

Dada as condições concretas da luta de classes no Brasil, onde todas as vanguardas não conseguem mobilizar grandes massas, a unidade real, a unidade possível é aquela em que se combina uma disputa amigável no primeiro turno.

 

Por Val Carvalho - do Rio de Janeiro

 

As esquerdas se uniram forçadas pelas circunstâncias da ameaça fascista contra a democracia, demonstrada pelo brutal assassinato da vereadora do povo, Marielle e pelo atentado à Lula. Viram elas que barrar o fascismo e defender a democracia, duas faces da mesma moeda, é mais importante do que priorizar suas divergências políticas.

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Lula falou para militantes de esquerda que lotaram o Circo Voador

Muitos gostariam, inclusive eu, que essa unidade já se desse no primeiro turno. Eu, pelo menos, vi que a unidade ideal das esquerdas no primeiro turno é impossível, pois há disputa de hegemonia entre PT, PSOL e o PDT com Ciro.

Mas dada as condições concretas da luta de classes no Brasil; onde todas as vanguardas não conseguem mobilizar grandes massas, a unidade real; a unidade possível é aquela em que se combina uma disputa amigável no primeiro turno. Com o apoio geral a quem for para o segundo turno.

Esquerda antifascista

Uma disputa baseada num acordo de não agressão e de respeito mútuo entre todos. Ou, pelo menos, a maioria dos candidatos das esquerdas.

O caminho percorrido para chegar a esse ponto foi o da Unidade Antifascista e defesa da Democracia; surgida espontaneamente no Ato de Curitiba e consolidada no Ato do Rio de Janeiro.

A violência fascista tornou claro para todos que defender a candidatura de Lula é o mesmo que defender a democracia; uma necessidade vital para as esquerdas que disputam eleições.

Argumento teórico

Em tempos turbulentos, dias valem anos, já dizia o velho Marx. Da execução de Marielle, no dia 14 de março; ao atentado à Lula, no dia 27 do mesmo mês, decorreram menos de 15 dias.

Mas foi tempo suficiente para fazer brotar a semente da unidade das esquerdas; algo que nenhum argumento teórico conseguiu fazer em tempos mais calmos.

Val Carvalho é articulista do jornal Correio do Brasil.

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