Advogado agora diz que crianças vão à reconstituição da morte de casal

O advogado João Mestieri, que representa os filhos dos americanos Todd e Michelle Staheli, mortos no Rio após serem agredidos no último dia 30, decidiu que as duas crianças mais velhas do casal, de 13 e 10 anos, vão participar nesta quarta-feira da reconstituição do crime, na casa da família, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio

Mestieri chegou a dizer que a reconstituição seria "improdutiva" e criticou o secretário da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, por supostamente insinuar o envolvimento da filha de 13 anos no crime.

Para ele, os assassinatos foram cometidos por "um estrangeiro", por razões relacionadas ao trabalho de Staheli, executivo da Shell.

Na terça-feira, peritos da polícia apreenderam uma enxada que teria sido encontrada no quarto das filhas menores, de oito e três anos. A polícia acredita que o casal tenha sido agredido com uma enxada, uma machadinha ou uma tesoura de jardineiro.

Intimação

A polícia já intimou todas as pessoas que pretende ver auxiliando a perícia durante a reconstituição, como os cinco seguranças em serviço no condomínio no dia do crime.

O objetivo da reconstituição é saber o real posicionamento no interior da casa de cada uma das testemunhas, incluindo os filhos do casal.

Os investigadores pretendem ainda conhecer a acústica do quarto das vítimas. Os filhos do executivo da Shell garantem não ter ouvido nenhum barulho durante a madrugada do assassinato.

Crime

Todd Staheli, 39, e Michelle, 36, foram golpeados na cabeça, enquanto dormiam. Foram encontrados agonizando pelo filho de dez anos, às 6h30 do dia 30. Staheli morreu logo depois. A mulher ficou internada em coma profundo e morreu dia 4 no hospital Copa D'Or.

Em depoimento à Justiça, na última sexta-feira (5), a filha mais velha do casal disse que levou para a cama dela a irmã de três anos, que dormia entre as pernas do pai. Ela também contou ter retirado o travesseiro que cobria o rosto do pai.

O filho de 10 anos dos Staheli disse que a machadinha encontrada pela polícia e comprada na Escócia, lhe pertence e que, na véspera do crime, mostrou-a a amigos que visitaram a casa, guardando-a depois em seu armário. Na manhã do crime, a machadinha foi encontrada no banheiro da suíte da adolescente.