O Estado Islâmico disse em comunicado divulgado na agência de notícias do grupo militante, a Amaq, que um de seus homens-bomba realizou o ataque
Por Redação, com Reuters - de Áden,Iêmen/Ancara:
Um homem-bomba matou pelo menos 54 pessoas ao bater um carro cheio de explosivos em um complexo de uma milícia em Áden nesta segunda-feira, informou o Ministério da Saúde, em um dos piores ataques reivindicados pelo Estado Islâmico na cidade portuária do sul do Iêmen.
O diretor-geral do Ministério da Saúde em Áden, Al-Khader Laswar, disse à agência inglesa de notícias Reuters que pelo menos outras 67 pessoas ficaram feridas no ataque realizado no bairro de Mansoura.
O Estado Islâmico disse em comunicado divulgado na agência de notícias do grupo militante, a Amaq, que um de seus homens-bomba realizou o ataque.
– Cerca de 60 mortos em uma operação de martírio de um combatente do Estado Islâmico tendo como alvo um centro de recrutamento na cidade de Áden – disse o comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Uma fonte da área de segurança disse que o ataque teve como alvo um complexo escolar onde recrutas dos Comitês Populares, forças aliadas ao presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, estavam reunidos para um café da manhã.
Militantes islâmicos, incluindo o Estado Islâmico, tem explorado uma guerra civil de 18 meses entre o movimento Houthi e os apoiadores de Hadi para atacar autoridades políticas e religiosas, além das forças de segurança e instalações de uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita que apoia o presidente.
Exército turco
O exército da Turquia e seus aliados avançaram ainda mais sobre a Síria no domingo, apoderando-se de território controlado por forças alinhadas aos curdos, no quinto dia de uma campanha que um grupo de monitoramento disse ter matado pelo menos 35 moradores.
Aviões de guerra turcos sobrevoaram o norte da Síria ao amanhecer e sua artilharia atingiu o que fontes de segurança disseram ser locais detidos pela milícia curda YPG, após o Observatório Sírio de Direitos Humanos informar um combate feroz durante a noite em torno de duas aldeias.
O exército turco disse que 25 militantes curdos foram mortos em seus ataques aéreos. Não houve comentário imediato do YPG, mas forças alinhadas com a milícia curda disseram que se elas retiraram da área visada pela Turquia antes da ofensiva.
A Turquia, que também está lutando contra insurgentes curdos em seu próprio território, enviou tanques e tropas para a Síria na quarta-feira para apoiar seus aliados rebeldes sírios.
Perseguição a grupos rebeldes
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse que a caça do governo turco aos grupos rebeldes será implacável, em discurso na cidade de Gaziantep, onde um homem-bomba, supostamente apoiado pelo Estado Islâmico, provocou uma explosão em uma cerimônia de casamento e matou 54 pessoas há uma semana.
– Nossas operações contra as organizações terroristas vão continuar até o fim – ele disse em comício para milhares de apoiadores, mencionando grupos rebeldes como o Estado Islâmico, os insurgentes curdos do PKK e também apoiadores de um clérgico turco residente nos Estados Unidos que é o principal culpado por tramar o mal sucedido golpe de estado do último mês.
Erdogan afirmou que uma ofensiva além-fronteira na Síria está dando a pessoas que fugiam do Estado Islâmico a oportunidade de retornar para suas cidades, como Jarablus. "Pessoas que pertenciam a esses locais estão voltando", disse.
O presidente turco ainda repetiu que irá aprovar a restituição da pena de morte caso o parlamento aprove-a. Trata-se de um assunto que coloca o país em choque com a União Europeia, bloco do qual a Turquia almeja participar há muito tempo.