O Brasil deverá ter em breve uma casa de representação em Beirute, capital do Líbano. O objetivo, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, que acompanha o presidente Lula na viagem a cinco países árabes, é fazer nesta casa um "show room" permanente dos produtos e da cultura brasileira. "Não se trata apenas de comércio, mas de integração cultural", afirmou o ministro.
Furlan informou que já está em negociação com os libaneses um canal de televisão via satélite do Brasil para os países árabes. Ele lembrou que os árabes, principalmente sírios e libaneses, exercem uma grande influencia cultural e econômica no Brasil e que é preciso fazer com que essa influência seja recíproca. "Por meio do intercâmbio cultural surgem as oportunidades de negócios", acrescentou.
O Brasil tem uma importante arma ao seu favor nesse sentido, na opinião do ministro, que é a sua imagem positiva junto aos países árabes. Furlan ressaltou ainda que esse é o momento de o Brasil se voltar para o mundo árabe que tem contencioso com os norte-amerianos e ao mesmo tempo está pronto para investir em outros mercados.
Sobre a matéria publicada ontem (3) no jornal inglês "Financial Times", de que o governo brasileiro poderia se prejudicar junto aos Estados Unidos por conta da viagem do presidente Lula aos países árabes, Furlan disse não entender o tema dessa forma. "Cumprimento a percepção do jornal, de que é relevante o que o presidente está fazendo. O pior que pode acontecer é ninguém dar bola ao que está fazendo", afirmou o ministro. Ele acrescentou que o presidente Lula tem ressalvado sempre sua relação de amizade com a Europa e os Estados Unidos.
Já o chanceler Celso Amorim, que também integra a comitiva presidencial, foi curto e seco ao comentar a matéria do jornal inglês: "É um grande jornal, mas também erra".
Brasil negocia casa para exibir produtos no Líbano
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Quinta, 04 de Dezembro de 2003 às 07:20, por: CdB