Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Cada vez que abre a boca, Bolsonaro se complica mais com o STF

Ainda assim, em lugar de reforçar sua defesa com argumentos jurídicos, Bolsonaro tem preferido criticar os ministros do Tribunal. Neste sábado, o ex-presidente classificou sua inelegibilidade como uma tentativa de “negar a democracia”.

Sábado, 25 de Janeiro de 2025 às 17:44, por: CdB

Ainda assim, em lugar de reforçar sua defesa com argumentos jurídicos, Bolsonaro tem preferido criticar os ministros do Tribunal. Neste sábado, o ex-presidente classificou sua inelegibilidade como uma tentativa de “negar a democracia”.

Por Redação – de Brasília

O ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) insiste em ampliar as críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte irá julgá-lo, ainda este ano, por seu envolvimento no golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro e poderá se decidir sobre uma pena de reclusão maior do que uma década.

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Frequentador das páginas policiais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fala aos repórteres à saída de mais um depoimento à PF

Ainda assim, em lugar de reforçar sua defesa com argumentos jurídicos, Bolsonaro tem preferido criticar os ministros do Tribunal. Neste sábado, o ex-presidente classificou sua inelegibilidade como uma tentativa de “negar a democracia”.

 

Abuso

Bolsonaro também se comparou a opositores políticos de regimes autoritários, como os de Nicolás Maduro, na Venezuela, e Daniel Ortega, na Nicarágua; além de criticar o que chamou de “ativismo judicial”.

— Se eu não disputar as eleições por causa dessas acusações, é uma negação da democracia. É o que o Maduro fez na Venezuela, tornando inelegíveis por 15 anos as duas maiores oposições a ele. O Daniel Ortega está sendo mais corajoso. Lá não tem inelegibilidade, sete (pessoas) na cadeia. Aqui é a mesma coisa. Se me botar na cadeia, é abuso de autoridade — mal comparou.

 

Lawfare

Na entrevista que concedeu à mídia de ultradireita, na véspera, Bolsonaro reiterou que é vítima de ‘lawfare’ – termo usado para descrever o uso de instrumentos legais com fins políticos –, e criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a retenção de seu passaporte, impedindo-o de participar da posse de Donald Trump nos Estados Unidos.

— Eu não disputar a eleição por estar inelegível é negar a democracia. É aquele nome em inglês, ‘lawfare’, que é o ativismo judicial. Nas eleições, quem tem que escolher é o povo, e não um juiz do Supremo Tribunal Federal — concluiu.

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