"Cofrinho" a mostra é a atração no desfile masculino de Fause Haten

Quem achava que a moda dos "cofrinhos" de fora seria exclusiva à praia se enganou. Em seu desfile masculino nesta quinta-feira no São Paulo Fashion Week, o estilista Fause Haten revelou calças jeans de cintura baixíssima, mostrando aquele célebre pedacinho do bumbum de garotos com jeitão de jogador de basquete norte-americano. Mas nada de imaginar aqueles homens de calças e bermudas superlargas batendo uma bola nas quadras do Queens. Na visão de Fause Haten, esse cara é de Manhattan mesmo, cool e despropositadamente largado. O "cofrinho" aqui é um quesito básico de sensualidade para quem, num primeiro momento, duvidar do porte mais esguio desse branquelo fã do New York Nicks. Portanto, as calças, tanto as jeans quanto as de malha, imitando moletons com faixas laterais, ficaram mais secas e próximas do corpo, mas sem perder o conforto. As calças e coletes jeans ora apareceram com lavagem, ora em índigo manchado. Esse jeans tecnológico, misturado com tecido amni e que impede o acúmulo de bactérias causadoras de odor, é mais maleável, assim como as camisas de casemira amassadas e que ficaram ótimas com a alfaiataria mais estruturada e reta. Ao som de heavy-metal, Fause, que em coleções passadas se inspirou nos skatistas, exibiu bermudas do mesmo molde dos uniformes de basquete, com faixas laterais e elástico na cintura. Os shorts apresentados fizeram uma releitura dos tenistas dos anos 70, bem curtinhos, e as camisetas apareceram por baixo de camisas de tule ou "solo" e estampadas com brilho, uma dessas estampas lembrou o logotipo do Hard Rock Café. Um quê de domador de circo sexy pôde ser comprovado nos paletós sem manga, parecidos com aqueles coletes usados sem camisa e com gravata borboleta, e em alguns blazers com cara de casacas. Um detalhe essencial da coleção são os cintos que trazem o nome da marca Fause Haten em letras douradas ou prateadas. Eles caíram por cima das calças e prenderam a parte de trás dos paletós e blazers. Algumas costuras ficaram aparentes, como se as roupas estivessem do avesso. O sapato também ficou em evidência: bicolor em preto e branco, dourado ou todo de verniz preto. Outro destaque foram a sandália tipo havaiana e o tênis tipo bamba. - Há muito tempo eu venho fazendo um trabalho de marca e, por isso, tudo na coleção precisa ser especial e sempre dar ênfase aos acessórios. É preciso ter um cinto especial, um sapato especial. Enfim, venho buscando criar símbolos relacionados à marca - disse o estilista.