O Índice de Confiança do Consumidor caiu 5,8 pontos e foi a 73,3 pontos neste mês. É o menor nível desde junho passado, depois de ter registrado, em novembro, a primeira queda desde que o presidente de facto, Michel Temer, chegou ao Palácio do Planalto
Por Redação - de São Paulo
A confiança do consumidor brasileiro voltou a recuar em dezembro, pelo segundo mês seguido. Chega, assim, à menor satisfação com a situação presente da série histórica, informou a Fundação Getúlio Vargas nesta sexta-feira.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 5,8 pontos e foi a 73,3 pontos neste mês. É o menor nível desde junho passado, depois de ter registrado, em novembro, a primeira queda desde que o presidente de facto, Michel Temer, chegou ao Palácio do Planalto.
“O ano termina com consumidores insatisfeitos com a situação presente e pessimistas em relação aos meses seguintes”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Viviane Seda Bittencourt, em nota. "A avaliação sobre o mercado de trabalho é a pior dos últimos 11 anos, acrescentou.
Expectativas
As projeções para a inflação são ainda elevadas e o “endividamento das famílias dificulta ainda mais a construção de um cenário favorável", explicou. Ela, acrescentando que há ainda aumento de incertezas na cena econômica e política, o que indica consumidores "muito cautelosos no início de 2017”.
A FGV informou que, também pelo segundo mês consecutivo, houve diminuição da satisfação dos consumidores. Desta vez, em relação à situação presente e piora das expectativas em relação aos meses seguintes. O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 3,8 pontos, para 64,1 pontos, menor nível da série histórica. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 6,9 pontos, atingindo 80,8 pontos, menor desde junho (77,1 pontos).
A retomada da confiança de consumidores e investidores é vista pelo governo como essencial para a recuperação da atividade econômica. Entre os itens que integram o ICC, o indicador que mais contribuiu para a queda do índice em dezembro é o que mede o otimismo em relação à situação financeira das famílias no futuro, com queda de 7,7 pontos em dezembro.
Construção civil
O Índice de Confiança da Construção (ICST) brasileira caiu 0,8 ponto em dezembro, a 71,6 pontos. Trata-se do menor patamar desde julho (70,7 pontos), influenciado por temores sobre o futuro. Os dados também são Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.
"A persistência de um nível de atividade ainda fraco e um ambiente com incertezas influenciam as percepções dos empresários. Fazem com que predomine uma visão pessimista quanto à possibilidade de estancamento da crise no curto prazo". A afirmativa é do coordenador da pesquisa, Itaiguara Bezerra, em nota.
O Índice de Expectativas (IE-ICST) recuou 1,5 ponto, no período, alcançando 80,0 pontos. Segundo a FGV, as perspectivas para a demanda nos próximos três meses seguintes foi o que mais contribuiu para a redução no mês, com recuo de 2,4 pontos. Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST) recuou 0,1 ponto, a 63,7 pontos.
A FGV informou ainda que o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) acelerou a alta a 0,36% em dezembro, contra 0,17 % no mês anterior.