Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2025

Confiança do consumidor aumenta nas faixas de maior renda

Quarta, 08 de Março de 2006 às 13:02, por: CdB

A confiança do consumidor paulista manteve-se em alta, durante as últimas semanas em relação à economia, principalmente entre aqueles com renda acima de 10 salários mínimos. A pesquisa é da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) em seu Índice de Confiança do Consumidor (ICC). Mulheres e os consumidores com menos de 10 salários mínimos mensais, no entanto, mantêm-se pessimistas.

Segundo o Fecomercio, o ICC de março caiu 0,1% em relação a fevereiro, demonstrando estabilidade (o ICC está em 138,1 pontos atualmente). Em relação a março de 2005, quando a marca estava em 146,4 pontos, houve uma retração de 5,7% na confiança dos consumidores. O ICC oscila numa escala de 0 a 200 pontos. O ICC resulta da análise dos índices de Expectativas do Consumidor (IEC) e de Condições Econômicas Atuais (ICEA), os quais apresentaram, neste mês, resultados bem distintos - o IEC, indicador da percepção do consumidor quanto ao futuro, sofreu queda de 1,4% em relação a fevereiro e desceu a 142,9 pontos; já o ICEA, que mede o grau de otimismo do consumidor em relação ao presente, subiu 2% em relação a fevereiro e atingiu 130,9 pontos.

- A contradição entre as duas avaliações decorre, principalmente, de um processo de ajuste dos sentimentos em relação a um período de turbulências ocasionado por fatores econômicos e, sobretudo, políticos - afirmou o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, a jornalistas.

A queda na avaliação dos consumidores com renda superior a 10 salários mínimos em relação à situação do Brasil no médio prazo, impulsionou a retração de 1,4% no Índice de Expectativas do Consumidor (IEC). Ela reflete a percepção de que a recuperação da economia brasileira se dará de forma mais discreta, como reflexo da manutenção das altas taxas de juros. Essa questão também está relacionada ao alto grau de endividamento dos consumidores nos últimos meses.

No curto prazo, os consumidores com renda superior a 10 salários mínimos estão otimistas, tanto em relação à situação atual da família, quanto à aquisição de bens duráveis. É o que demonstra a variação positiva de 2% no Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA). Após o período do ano em que se concentram despesas com IPVA, educação e dívidas contraídas no fim de 2005, o consumidor, principalmente o da faixa superior a 10 salários mínimos, pôde avaliar melhor sua condição presente. Ele continua relutante em contrair novas dívidas para o futuro, como mostra o IEC.

A pesquisa indica ainda a queda de 0,7% no ICC entre os consumidores com renda inferior a 10 salários mínimos, parcela essa mais sensível às mudanças na economia. É importante observar que resultados semelhantes também se verificaram em relação ao Índice de Expectativas do Consumidor (-0,3%) e ao Índice das Condições Econômicas Atuais (-1,5%).

O maior pessimismo em relação às condições da economia predominou, mais uma vez, entre o público feminino. Em relação a fevereiro e entre as mulheres, o ICC de março caiu 1,4%. A percepção das consumidoras resulta do fato delas acompanharem mais de perto as contas da casa, tornando-se assim mais sensíveis às pequenas mudanças econômicas sentidas no dia-a-dia. Da mesma forma, ao ICC referente à parcela da população com 35 anos ou mais registrou queda de 2,2%.

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