Tribunal da Baixa Saxônia rejeita apelo de aluna que pedia a permissão ao uso do véu que encobre parcialmente o rosto, deixando à mostra apenas os olhos. Escola alega dificuldades de comunicação e identificação
Por Redação, com DW - de Berlim: Um tribunal do estado alemão da Baixa Saxônia decidiu nesta segunda-feira que uma estudante da cidade de Osnabrück não poderá utilizar o niqab, véu islâmico que deixa apenas os olhos à mostra, durante as aulas. A escola noturna Sophie Scholl havia inicialmente aceito o pedido da jovem para que fosse permitido o uso do véu, mas acabou voltando atrás da decisão. Na sexta-feira, a estudante apelou ao Tribunal Administrativo de Osnabrück. Uma audiência foi marcada para apenas três dias mais tarde por que, segundo um porta-voz da corte, "cada dia escolar conta". O tribunal exigiu que a jovem estivesse presente para se defender. Ela, porém, não o fez em razão da exposição na mídia que o caso atraiu. O não comparecimento foi o motivo alegado pelas autoridades legais para negar o apelo da estudante. As poucas informações disponibilizadas sobre a jovem dizem apenas que ela é maior de idade e de nacionalidade alemã. Cursos noturnos como o da escola Sophie Scholl são uma forma de os adultos obterem um diploma escolar, caso não tenham conseguido num período normal durante a adolescência. O caso da jovem de Osnabrück ocorre enquanto a Alemanha debate quais tipos de véus as mulheres muçulmanas podem ou não usar no país. Os secretários do Interior dos estados governados pelo partido conservador União Democrata Cristã (CDU) pediram a proibição do niqab e da burca em locais como escolas, edifícios do governo e tribunais. Enquanto o niqab deixa à mostra os olhos, a burca encobre a totalidade do corpo, deixando apenas uma tela na altura dos olhos para que seja possível enxergar. – Rejeitamos a burca por unanimidade – disse o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière. "Não condiz com a abertura do nosso país." Entretanto, alguns analistas jurídicos dizem que o banimento não seria viável, já que a Constituição alemã garante a liberdade religiosa. Políticos liberais como o governador da Turíngia, Bodo Ramelow, acusam a CDU de adotar uma postura mais à direita dentro do espectro político alemão, numa tentativa de angariar os votos dos eleitores direitistas nas próximas eleições estaduais.Corte veta uso de niqab em escola da Alemanha
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Segunda, 22 de Agosto de 2016 às 11:28, por: CdB