Rio de Janeiro, 12 de Fevereiro de 2025

Crise na Otan 'não irá adiar guerra', advertem EUA

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Segunda, 10 de Fevereiro de 2003 às 18:04, por: CdB

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, disse que a crise deflagrada na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não deve provocar atrasos na possível ofensiva militar liderada pelos americanos contra o Iraque. A crise foi desencadeada pela decisão da França, da Bélgica e da Alemanha, três dos países-membros da organização, de rejeitar a proposta de que fosse transportado equipamento bélico de defesa para a Turquia, o único país da Otan que faz fronteira com o Iraque. A decisão não agradou os Estados Unidos, mas, segundo Rumsfeld, os preparativos militares seguirão adiante em nível bilateral, com os americanos transportando o equipamento para a Turquia, ainda que a Otan não alcance um consenso sobre a questão. Uma reunião dos membros da organização, realizada nesta segunda-feira em Bruxelas, não conseguiu resolver o impasse. "Erro" Segundo o secretário-geral da Otan, George Robertson, novas conversações devem ser realizadas nesta terça-feira. França, Bélgica e Alemanha se opõe ao envio do equipamento bélico de defesa à Turquia alegando que isso iria prejudicar os intensos esforços diplomáticos com o objetivo de evitar que a guerra contra o Iraque ocorra. Segundo especialistas, o envio do equipamento para a Turquia demoraria cerca de 30 dias. Rumsfeld chamou a decisão belga e francesa de "um erro". "Eu acho triste que eles estejam em tão flagrante desacordo com os demais aliados dentro da Otan", disse. Apesar disso, o secretário de Defesa americano disse que a crise não deve significar o fim da Otan. "Não é sempre que todos concordam em tudo", disse. Otimismo George Robertson reconheceu que o impasse levou a uma "discussão bastante exaltada dentro da Otan", mas manifestou otimismo quanto à possibilidade de se encontrar uma solução. "Estou confinante que nós iremos alcançar um acordo, mas não sei dizer quando isso irá acontecer", disse. Para convocar a reunião, a Turquia invocou o artigo quarto do tratado de fundação da Otan, que diz que os países-membros podem solicitar o encontro "quando, na opinião de qualquer um dos membros, a integridade territorial, independência política ou segurança de uma das partes estiver ameaçada". O impasse na Otan ocorre numa semana decisiva na crise envolvendo o Iraque e a possibilidade de uma ofensiva militar liderada pelos Estados Unidos contra o país. Na sexta-feira, o chefe dos inspetores de armas da ONU no Iraque, Hans Blix, e o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed El-Baradei, devem apresentar um novo relatório ao Conselho de Segurança da ONU sobre as buscas de armas de destruição em massa no país. Os veredictos de Blix e El-Baradei, caso sejam desfavoráveis ao Iraque, podem representar a gota d'água para os Estados Unidos, que acusam o país de não estar colaborando com a resolução 1441 da ONU - que determina que o Iraque elimine suas armas de destruição em massa. Em meio ao fogo cruzado diplomático, os dois fizeram uma avaliação otimista mas cautelosa do comportamento do Iraque. Referindo-se a sua visita a Bagdá no último fim de semana, Hans Blix disse que há sinais de mais cooperação iraquiana, "mas não de um avanço". Blix também disse que a decisão de dar mais tempo para que os fiscais de armas no Iraque possam realizar seu trabalho seria bem-vinda. Reunião A França e a Rússia - dois membros permanentes do Conselho - e divulgaram junto com a Alemanha uma declaração conjunta pedindo que mais inspetores sejam enviados ao Iraque. O anúncio foi feito durante uma visita do presidente russo Vladimir Putin a Paris, nesta segunda-feira. "Insistimos na necessidade de resolver o problema diplomaticamente", disse Putin. A Grécia, o país que atualmente detém a presidência rotativa da União Européia, propôs que a organização realize uma reunião para discutir a crise do Iraque. Paralelamente, o governo iraquiano concordou em permitir que aviões de reconhecimento U2 sejam usado

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