As estrelas de Hollywood indicadas para o Oscar ridicularizaram o escândalo e a mobilização deflagrados pela exibição ao vivo do seio da cantora Janet Jackson, de 37, durante o show de intervalo do Super Bowl na semana passada.
O ator americano Tim Robbins, conhecido por seu tom ácido, disse que não se sentiu nem um pouco ofendido pelo episódio, no qual o cantor pop Justin Timberlake, de 23, arrancou o corpete de Janet enquanto interpretavam um dueto, deixando seu seio direito à mostra, diante de mais de 100 milhões de telespectadores.
"Acho que somos uma sociedade bastante dura e acho que podemos lidar com condutas sexuais ou sociais 'inapropriadas'", justificou Robbins.
"Somos duros. Nossos filhos não vão ter medo de ver Janet Jackson no Super Bowl", comentou, durante um almoço junto com todos os indicados ao Oscar, que acontece em 29 de fevereiro próximo em Beverly Hills, Los Angeles.
"De qualquer maneira, despertará (nas crianças) a curiosidade sobre se todos os mamilos são assim", afirmou, ao se referir ao seio da irmã de Michael Jackson, emoldurado com um sol prateado.
O incidente protagonizado pela dupla, ocorrido há mais de uma semana, provocou uma comoção extraordinária no país.
A poderosa Comissão Federal de Comunicação (FCC, sigla em inglês) anunciou que foi aberta uma investigação sobre o fato, qualificado por seu presidente Michael Powell como "sem classe, grosseiro e deplorável".
Powell quer descobrir se a rede CBS, que transmitia o evento, violou as regulamentos de proteção, o que pode resultar em uma multa de pelo menos 27.500 dólares.
CBS e MTV, encarregada da produção do show, ambas pertencentes a Viacom Inc, se desculparam por algo que, garantiram, não estava no roteiro.
Para evitar novos escândalos, a CBS transmitiu o Grammy no domingo passado com cinco minutos de "delay", o que será repetido no Oscar, com um atraso de cerca de cinco segundos.
Robbins, que foi criticado no passado por seus comentários contra a Guerra no Iraque considerados antipatrióticos, acredita que o atraso também tem como objetivo evitar o que aconteceu na edição anterior da festa de entrega das estatuetas, quando o produtor Michael Moore atacou o presidente dos EUA, George W. Bush.
"Do que têm medo?", perguntou Robbins, que foi indicado na categoria de melhor ator coadjuvante por "Sobre meninos e lobos", dirigido por Clint Eastwood.
"A espontaneidade é maravilhosa. Quem está capacitado para julgar se algo é apropriado ou não?", perguntou.
Alec Baldwin, que concorre na mesma categoria, ressaltou que a única razão pela qual se teria de aplicar a censura no intervalo do "Super Bowl" é que, segundo ele, a atuação dos cantores foi entediante.
"O que aconteceu no Super Bowl teria de ter sido censurado porque é muito pouco interessante", ironizou.
Estrelas ridicularizam escândalo do caso Janet Jackson
Quarta, 11 de Fevereiro de 2004 às 11:06, por: CdB