A medida foi tomada em meio a uma crescente pressão internacional sobre Israel para que mais ajuda entre em Gaza, onde as agências de auxílio alertaram para uma crise humanitária.
Por Redação, com Reuters – de Jerusalém
O Exército israelense disse nesta sexta-feira que está planejando reabrir a passagem de Kissufim para a região central de Gaza para aumentar o fluxo de auxílio para o extremo sul do enclave.
A medida foi tomada em meio a uma crescente pressão internacional sobre Israel para que mais ajuda entre em Gaza, onde as agências de auxílio alertaram para uma crise humanitária cada vez maior no norte, local em que tropas israelenses estão conduzindo uma grande operação há mais de um mês.
A nova passagem seria aberta após trabalho de engenharia realizado nas últimas semanas pelos engenheiros das Forças Armadas de Israel para construir pontos de inspeção e estradas pavimentadas, segundo os militares.
No mês passado, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, escreveram para autoridades israelenses exigindo medidas concretas para lidar com o agravamento da situação no enclave palestino.
A carta, que foi publicada na internet por um repórter da Axios, deu ao governo israelense 30 dias para melhorar a situação humanitária em Gaza.
Entre as exigências incluídas na carta estava a abertura de uma quinta passagem para Gaza.
Força de paz das Nações Unidas
A força de paz das Nações Unidas no sul do Líbano disse nesta sexta-feira que a “destruição deliberada e direta” de sua propriedade pelo Exército israelense foi uma “violação flagrante” do direito internacional.
Conhecida como Unifil, missão da ONU com 10 mil membros está estacionada no sul do Líbano para monitorar as hostilidades ao longo da “linha azul” que separa o Líbano de Israel.
Desde que Israel lançou uma campanha terrestre do outro lado da fronteira contra os combatentes do Hezbollah, no final de setembro, a Unifil acusou a Força de Defesa de Israel (IDF) em várias ocasiões de atacar deliberadamente suas bases, inclusive atirando em soldados da paz e destruindo torres de vigilância.
Em sua última acusação, a missão disse que a IDF usou escavadeiras e um trator para destruir parte de uma cerca e uma estrutura de concreto em uma posição de manutenção da paz da Onu no sul do Líbano na quinta-feira. Integrantes da força de paz também observaram as tropas israelenses nesta semana removendo um barril que marca a linha azul, disse.
“A destruição deliberada e direta pela IDF de propriedades claramente identificáveis da Unifil é uma violação flagrante do direito internacional e da resolução 1701”, disse a missão de paz , referindo-se a uma resolução da Onu que determina o fim das hostilidades no sul do Líbano após uma guerra anterior.
“O incidente de ontem, assim como outros sete incidentes semelhantes, não é uma questão de soldados da paz que foram pegos no fogo cruzado, mas de ações deliberadas e diretas da IDF”, disse a Unifil.
A força da ONU disse que vai permanecer no Líbano “apesar das pressões inaceitáveis que estão sendo exercidas sobre a missão”.
A declaração foi feita um dia depois de seis soldados da paz da Malásia, que estavam em um ônibus da Onu que passava por um posto de controle, foram feridos por um ataque de drone israelense que matou três libaneses em um carro próximo.
Israel diz que as tropas da Onu fornecem um escudo humano para os combatentes do Hezbollah e disse à Unifil para se retirar do sul do Líbano para sua própria segurança, pedido rejeitado pela força.