Rio de Janeiro, 07 de Fevereiro de 2025

França, Alemanha e Bélgica abrem crise na Otan

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Segunda, 10 de Fevereiro de 2003 às 12:17, por: CdB

A França, a Alemanha e a Bélgica vetaram nesta segunda-feira um plano da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apoiado pelos Estados Unidos, para defender a Turquia no caso de uma guerra contra o Iraque, alegando que tal medida, no momento, prejudicaria os esforços de paz. O veto levou à convocação de uma reunião de emergência para que os embaixadores da organização discutam os próximos passos a serem dados. O secretário-geral da Otan, George Robertson, alertou sobre os riscos de um racha na aliança, mas acrescentou que ainda acredita em um acordo. "Essa é, indubitavelmente, uma situação difícil", disse Robertson. "Existe uma discussão muito acirrada dentro da Otan, mas eu acredito que chegaremos a um consenso". Sob os termos do plano norte-americano, a Turquia receberia aviões-radares AWACs, baterias antimísseis Patriot e unidades especializadas em rastrear armas químicas e biológicas. Na semana passada, a Turquia concordou em permitir que os EUA reformassem suas bases e portos no país para possível uso em uma ação militar contra o Iraque. No próximo dia 18 de fevereiro, o Parlamento turco decidirá se permite que tropas norte-americanas usem as bases para possível lançamento de ataques. Críticas de Rumsfeld No domingo, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, que participava de uma reunião sobre segurança, na Alemanha, criticou a oposição manifestada por alguns países da Otan ao envio de forças para proteger a Turquia - o único país membro de maioria muçulmana na aliança militar. "A Turquia é um aliado, a Turquia é membro da aliança, o Tratado do Atlântico Norte prevê esse tipo de coisa, e impedir capacidades defensivas - apenas o planejamento, e não a mobilização - é imperdoável", disse o secretário. Rumsfeld afirmou ainda que os Estados Unidos tomariam a iniciativa de enviar à Turquia mísseis Patriot e materiais de proteção contra ataques biológicos e químicos caso a Otan decida não fazê-lo. No entanto, acrescentou o secretário, a aprovação da Otan será necessária para enviar aviões AWAC à Turquia. "É preciso olhar para a Turquia nesse momento", disse Rumsfeld. "A idéia de que a Otan negaria seu apoio nessa circunstância é, na minha opinião, imperdoável".

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