Rio de Janeiro, 13 de Novembro de 2024

Gabinete paralelo e apoio ao vírus ficam claros na CPI da Covid

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Sexta, 14 de Maio de 2021 às 13:22, por: CdB

Na véspera, o representante da Pfizer afirmou que Bolsonaro ignorou três ofertas apresentadas pela empresa em agosto do ano passado para a aquisição de vacinas. Em cada uma das oportunidades, foram apresentadas duas propostas: uma de 30 milhões de doses e outra de 70 milhões.

Por Redação, com RBA - de Brasília

Os depoimentos de testemunhas durante a CPI da Covid mostram que o governo Bolsonaro se omitiu e negligenciou o combate à pandemia de maneira intencional. Para especialistas, o relato do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, sobre a recusa do governo federal em adquirir vacinas deixou explícita a falta de ações do presidente da República para garantir a saúde da população.

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O senador Rogério Carvalho (PT-SE) questiona a alegação do governo para atrasar a compra de vacinas da Pfizer

Na véspera, o representante da Pfizer afirmou que Bolsonaro ignorou três ofertas apresentadas pela empresa em agosto do ano passado para a aquisição de vacinas. Em cada uma das oportunidades, foram apresentadas duas propostas: uma de 30 milhões de doses e outra de 70 milhões.

Na avaliação de Wagner Romão, professor do Departamento de Ciência Política da Unicamp, a omissão de Bolsonaro resultou na perda de milhares de vidas.

— A CPI da Covid está provando que houve negligência intencional do governo para não buscar a vacina, que é a única salvação para a pandemia. O governo recusou comprá-las o mais rápido possível, o que pouparia dezenas de milhares de vidas. Portanto, os relatos desmontam a postura de Jair Bolsonaro, que finge que atuou para comprar os imunizantes — afirmou.

Negligência

A sessão da CPI da Covid também foi marcada pela tentativa de senadores governistas de desqualificar e atacar a credibilidade da farmacêutica Pfizer. A intenção dos senadores era justificar e mesmo respaldar a omissão negacionista do governo de Jair Bolsonaro.

Romão acredita que cada vez mais Bolsonaro está perdendo a disputa das versões, pois está claro que o presidente apresentou, ao longo da pandemia, muitos depoimentos contraditórios. 

— Bolsonaro disse que a vacina da Pfizer poderia transformar as pessoas em jacaré e demorou para que admitisse a possibilidade de compra. Ele tenta destruir a imagem das vacinas há muito tempo, o que induz parte a população a não se vacinar. A CPI explicita que Bolsonaro sempre foi contraditório com a questão das vacinas e seu governo errou muito, mas errou porque quis — acrescentou.

Vacinas

O imunologista Gustavo Cabral, PhD e pesquisador da USP sobre desenvolvimento de vacinas, afirma que a recusa de Bolsonaro em negociar a vacina com a Pfizer foi prejudicial, pois poderia garantir mais do que as 70 milhões de doses ofertadas.

— O governo federal esnoba o vírus desde o começo da pandemia, num ato de crueldade. Ele fala tanto de economia, mas esquece que é preciso manter sua população viva. A partir do momento que ele negligencia a compra de vacina, atira no pé do Brasil. A Pfizer fez uma oferta inicial que poderia ser muito mais explorada, fugindo da competitividade financeira do exterior. Com um acordo de compra, o Brasil conseguiria um número muito maior de vacinas do que foi oferecido — disse à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).

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