No período anterior à greve geral, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Povo sem Medo promovem a partir deste fim de semana assembleias na periferia da Grande São Paulo
Por Redação - de São Paulo
A exemplo da mobilização, em todo o país, os trabalhadores do transporte coletivo municipal e intermunicipal da região metropolitana de São Paulo confirmaram, ao longo desta semana, a adesão à greve geral do dia 28. O movimento ganha as rua, contra o projeto de reforma da Previdência, contra a reforma trabalhista e a lei da terceirização, todas propostas pelo governo de Michel Temer. Os sistemas de transporte serao interrompidos em 21 cidades, durante 24 horas.
Da mesma forma, os condutores da Baixada Santista, os ferroviários de quatro linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e os metroviários também vão cruzar os braços neste dia. Os motoristas e cobradores da capital paulista e outras duas linhas da CPTM vão decidir sobre a paralisação no começo da próxima semana.
Os metroviários foram a primeira categoria a confirmar adesão à paralisação, na semana passada. As linhas 1-Azul, (Jabaquara-Tucuruvi), 2-Verde (Vila Madalena-Vila Prudente), 3-Vermelha (Corinthians/Itaquera-Palmeiras/Barra Funda), 5-Lilás (Capão Redondo-Adolfo Pinheiro) e 15-Prata (Vila Prudente-Oratório) ficarão paralisadas o dia todo, a partir da zero hora do dia 28. A categoria já realizou uma paralisação assim em 15 de março.
Neste sábado, foram confirmadas as paralisações das linhas 7-Rubi (Jundiaí-Luz), 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra), 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana), todas da CPTM. O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que organiza os trabalhadores das linhas 9-Esmeralda (Grajaú-Osasco) e 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi), vão realizar assembleia na próxima terça-feira para definir se aderem à paralisação.
Pesquisa
Os condutores da Baixada santista, inclusive de ônibus fretados, também vão paralisar as atividades no dia 28. O transporte coletivo municipal e intermunicipal – realizado por meio da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) – das nove cidades que compõem a região vai parar por 24 horas. A região é formada por Santos, São Vicente, Guarujá, Bertioga, Itanhaém, Peruíbe, Mongaguá, Cubatão e Praia Grande.
Na região metropolitana de São Paulo, já estão confirmadas as paralisações dos transportes coletivos municipais e intermunicipais. Os municípios são Guarulhos, Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Osasco, Ribeirão Pires, São Caetano, São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra, Itapecerica da Serra e Osasco. Todas as cidades terão paralisação de 24 horas.
Os motoristas e cobradores da capital paulista já indicaram que também vão aderir à greve geral. No entanto, os trabalhadores vão realizar uma assembleia na próxima segunda-feira, para definir a posição da categoria. As propostas do governo Temer são rechaçadas pela maioria da população. Pesquisa Vox Populi indica que 93% dos brasileiros são contra a reforma da Previdência e 80% contra a terceirização.
Ruas ocupadas
Anteriormente à greve geral, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Povo sem Medo se organizam. Promovem, a partir deste fim de semana, assembleias na periferia da Grande São Paulo. O objetivo será o de organizar a participação da população para o próximo dia 28 de abril. Entre este sábado e a próxima terça-feira, a organização prevê a realização de 20 assembleias. Os encontros ocorrerão em diversos pontos da capital e cidades da região, como Embu, Guarulhos e Santo André.
Os preparativos se somam aos de diversas categorias, sobretudo nos setores de transportes. A adesão do segmento será estratégia para o sucesso das paralisações. Os movimentos reivindicam a retirada do projeto de reforma trabalhista (PL 6.787). Também, da proposta de emenda à Constituição (PEC) 287, que dificulta ou inviabiliza o acesso à aposentadoria. Ambos estão programados para ir a votação na Câmara dos Deputados na próxima semana e na semana seguinte, respectivamente.