O ministro da Fazenda da Grã-Bretanha, Gordon Brown, concluiu que o país ainda não está pronto para adotar o euro, a moeda da União Européia. O primeiro-ministro Tony Blair aceitou a visão do ministro, mas os detalhes sobre um anúncio a respeito - esperados para a semana que vem - ainda estão sendo preparados. A explicação de Brown é que o país não passou nos cinco testes econômicos para adotar a moeda. Uma outra decisão importante - o momento para fazer uma nova avaliação - ainda não foi tomada. Ao ser questionado pela BBC, o gabinete do primeiro-ministro foi rápido ao afirmar que nenhuma decisão foi tomada. - O governo não tem nada a dizer sobre esse assunto até que a avaliação econômica seja publicada - disse um porta-voz. Mas o Partido Conservador, que faz oposição a Tony Blair, apontou a tendência de uma "decisão confusa com base em uma luta personalizada de facções dentro do Partido Trabalhista (de Blair)". - Já é hora de os trabalhistas colocarem o interesse econômico nacional acima de suas facções internas - disse o conservador Michael Howard. Tony Blair tem tido dias de intensa discussão com Gordon Brown e teria concordado que ainda não é hora de aderir à moeda européia. Já era bastante conhecida a relutância do ministro em recomendar a adoção do euro, mas é o fato de o primeiro-ministro aparentemente aceitar a avaliação que parece novidade. De acordo com o repórter político da BBC Andrew Marr, "o primeiro-ministro aceitou que a economia deve ter uma importância fundamental e que os dados gerais permanecem negativos". Ele acrescentou que adotar o euro seria "a mais importante decisão do mandato de Tony Blair". O primeiro-ministro tem sempre sido um defensor entusiasmado da entrada da Grã-Bretanha na região do euro e há discussões se ele deveria deixar a porta aberta para uma nova avaliação antes da próxima eleição. Brown seria partidário do fim das discussões a respeito do euro. Uma das diferenças econômicas entre a Grã-Bretanha e a chamada zona do euro são os valores do mercado imobiliário. Se fosse feita uma recomendação para adoção do euro, o próximo passo seria um referendo. O assunto domina a política interna britânica há anos e os dois maiores partidos estão divididos a respeito. Em contraste com o entusiasmo de Tony Blair, está a oposição do maior líder conservador, Iain Duncan Smith, que o desafiou a fazer o plebiscito. O governo deve dar a palavra final sobre a realização da consulta até o dia 7 de junho. O euro é usado desde 2002 por 12 dos 15 países que compõem a União Européia. Grã-Bretanha, Suécia e Dinamarca são os únicos países que não adotaram a moeda. O principal teste usado pelo Tesouro Britânico foi avaliar se a economia do país tem se convertido suficientemente com a zona do euro a ponto de manter uma estabilidade. Outra prova foi observar se há flexibilidade o bastante na economia britânica para lidar com a mudança econômica. Os outros três testes aplicados avaliaram o impacto da adoção do euro nos empregos, investimentos estrangeiros e nos serviços financeiros.