Investidores calculam os riscos nas bolsas de valores asiática
Quatro ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) na China atraíram enorme demanda depois de um hiato de quatro meses em operações do tipo, com a fabricante de autopeças Xangai Lianming Machinery registrando um interesse de cerca de 515 vezes a quantidade ofertada na parte online da sua venda. Este ano viu a retomada das listagens no continente chinês após uma seca de 14 meses imposta por reguladores que estavam preocupados com sobrepreços. Mas depois de uma enxurrada de atividades de dois meses, nenhuma oferta havia sido aprovada até a última semana, quando sete empresas receberam sinal verde. As quatro empresas levantaram um total de 1,8 bilhão de yuans (US$ 290 milhões), segundo comunicados das companhias publicados nas bolsas de valores de Xangai e Shenzhen.
Os negócios atraíram 380 bilhões de yuans combinados em pedidos, divulgou o China Securities Journal. A maioria dos pedidos frustrados só serão devolvidos aos investidores na segunda-feira, o que significa que o mercado vai ver um grande influxo de dinheiro no início da próxima semana, movimento que poderá ajudar o sentimento. Além do IPO da Shanghai Lianming Machinery, as empresas Wuxi Xuelang Environmental Technology, Shandong Longda Meat Foodstuff e Feitian Technologies também abriram capital. A Comissão de Valores Mobiliários da China está planejando cerca de 100 IPOs para o restante do ano, levando o total de operações no ano para 150, cerca de metade do número previsto por consultorias como a PwC.
Investigações
No controle dos negócios, por parte do Estado comunista chinês, o Escritório Nacional de Auditoria da China encontrou irregularidades em 11 conglomerados estatais, variando de deturpação de ativos a desenvolvimento ilegal de propriedades, destacando os desafios que o governo enfrenta para reformar o setor público. A China National Petroleum Corp (CNPC), controladora da PetroChina, a China Resources (Holdings), controladora de 10 empresas listadas em Xangai e Hong Kong, e a empresa de defesa China South Industries Goup, estão entre as empresas cujos relatórios de auditoria de 2012 foram divulgados nesta sexta-feira. A China tem se movimentado para reformar o setor estatal, seguindo decisão do ano passado de diversificar o controle para dar igual status político e legal a empresas estatais e privadas.
A auditoria apontou que a China Metallurgical Group Corp - uma das maiores empresas de engenharia do país - não tinha estudos de viabilidade offshore e não conseguiu obter a aprovação do governo para três investimentos, juntamente com empresas paquistanesas, australianas e norte-americanas, o que levou a perdas acumuladas de mais de 3 bilhões de yuans (US$ 483,17 milhões).
Na China South, a má gestão de investimentos estrangeiros em 17 empresas internacionais resultou em perdas acumuladas em sete empresas de US$ 138 milhões, disse a auditoria. Na CNPC, um empréstimo da subsidiária Bank of Kunlun de 570 milhões de yuans para uma empresa em Xinjiang sem as diligências necessárias ou um gerenciamento pós-empréstimo estava em risco de perda total em julho de 2013. Cerca de 190 funcionários em 11 conglomerados "foram tratados com severidade", disse o escritório de auditoria, em um comunicado separado em seu site.
Mercado de ações
Nesta manhã, em Brasília, no encerramento do pregão, as ações asiáticas fecharam em queda nesta sexta-feira, deixando para trás recordes de alta, ainda em grande parte pela segunda semana de violência no Iraque que levou os preços do petróleo às máximas de nove meses. Mesmo assim, estimulados pelos bilhões de dólares que o Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, está jogando na economia por meio de seu programa de estímulo, os mercados de ações ainda guardavam a mensagem otimista sobre a inflação da chair do Fed, Janet Yellen. O índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão caia cerca de 0,60% às 7h (horário de Brasília), com perdas na Coreia do Sul e China.
O índice Nikkei de Tóquio fechou com leve baixa de 0,08%, após tocar o pico novo de cinco meses. O renascimento do apetite pelo risco veio após a decisão, na quarta-feira, pelo Fed de se comprometer em manter as taxas perto de zero por algum tempo. Forças do governo iraquiano lutaram contra militantes sunitas na quinta-feira pelo controle da maior refinaria de petróleo do país. Se a refinaria de 300 mil barris por dia permanecer fechada, Bagdá terá de importar mais petróleo para atender o consumo interno, apertando ainda mais os mercados de petróleo.
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