Rio de Janeiro, 05 de Novembro de 2024

Iraque diz não precisar de tropas dos EUA contra o Estado Islâmico

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Quarta, 02 de Dezembro de 2015 às 10:13, por: CdB
Por Redação, com agências internacionais - de Bagdá/Bruxelas: O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, afirmou que a ajuda dos Estados Unidos na luta contra o grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) é bem-vinda, desde que limitada a equipamento militar, treinamento e apoio aéreo. – Não precisamos de forças de combate terrestre estrangeiras no território iraquiano – declarou Abadi, em comunicado.
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Governo iraquiano reage após EUA anunciarem que enviarão tropas especiais para ajudar na luta contra o grupo terrorista
Segundo ele, as forças iraquianas estão desempenhando um papel importante na luta contra o "Estado Islâmico" e provaram sua competência. Abadi deixou, porém, uma porta aberta para a participação terrestre dos Estados Unidos, afirmando que qualquer operação militar estrangeira deve ser feita com a aprovação do Iraque e em respeito à soberania do país. As declarações foram feitas depois de o governo norte-americano ter dito que planeja contar com forças de operações especiais em terra na luta contra o "Estado Islâmico" também no Iraque. Os jihadistas controlam grandes regiões no norte do país, bem como na Síria. Na terça-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, anunciou o envio de forças de operações especiais para o Iraque, e sinalizou que mais forças poderão ser enviadas à Síria, depois de mais de um ano de ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos EUA. Os norte-americanos vão apoiar os militares iraquianos e os combatentes curdos, disse Carter. – A comunidade internacional, incluindo nossos aliados e parceiros, deve se erguer antes de outro ataque como o de Paris – afirmou o secretário. Ele não especificou quantas forças especiais adicionais serão enviadas ao Iraque, mas disse que serão bem mais do que as 50 que estão na Síria. Um funcionário do governo disse à agência de notícias AFP que podem ser 200. Os Estados Unidos já têm 3.500 soldados no Iraque, mas a missão deles é de treinamento. O Iraque esteve sob ocupação militar americana por mais de uma década depois da invasão de 2003. O resultado é que muitos iraquianos desconfiam das intenções dos Estados Unidos, bem como das milícias xiitas que recebem apoio do Irã. Várias dessas milícias, que apoiam o governo em Bagdá na luta contra o "Estado Islâmico", mas são vistas com desconfiança pela população sunita, já disseram que vão resistir à presença de tropas americanas no país. Os Estados Unidos têm sido cautelosos depois da guerra no Iraque, e o governo do presidente Barack Obama inicialmente descartou o envio de tropas terrestres, apostando nos ataques aéreos. Mas essa estratégia tem sido cada vez mais questionada pelos militares norte-americanos, e muitos deles agora afirmam que é impossível derrotar o Estado Islâmico sem a presença de soldados dos EUA em terra. Iraque foi informado O governo iraquiano foi plenamente informado sobre o plano dos Estados Unidos de posicionar forças especiais norte-americanas no Iraque, e os dois governos vão manter consultas estreitas sobre o local para onde vão e o que vão fazer, disse o secretário de Estado John Kerry, nesta quarta-feira. O gabinete do premiê iraquiano, Haider al-Abadi, informou que a assistência estrangeira é bem-vinda, mas o governo do Iraque teria de aprovar qualquer envio de forças de operações especiais para qualquer lugar no país. Também afirmou que as tropas estrangeiras de combate em terra não são necessárias no Iraque, embora não tenha ficado claro se o governo iraquiano considera que essas forças dos EUA terão esse papel. – O governo do Iraque foi naturalmente informado com antecedência do anúncio do secretário Carter – disse Kerry a repórteres na Otan. "Vamos continuar a trabalhar muito, muito estreitamente com os nossos parceiros iraquianos sobre exatamente quem será enviado, para onde será enviado, que tipos de missões as pessoas iriam realizar, como iriam apoiar os esforços do Iraque para enfraquecer e destruir o ISIL." O principal diplomata dos EUA também disse que os Estados Unidos pediram a outros membros da Otan, aliança ocidental de segurança formada por 28 países, que forneçam forças de operações especiais para permitir ações como treinamento da polícia, munições e outros itens para os vizinhos da Síria.  
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