Grant Wahl, de 48 anos, passou mal na tribuna de imprensa do estádio. Recentemente, ele foi barrado no Qatar por vestir em um estádio a camiseta do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+.
Por Redação, com DW - de Doha
O jornalista norte-americano Grant Wahl, de 48 anos, morreu na sexta-feira no Qatar, enquanto participava da cobertura do jogo entre Holanda e Argentina pelas quartas de final da Copa do Mundo.
Wahl foi manchete das colunas esportivas recentemente por um protesto feito no Qatar. Antes do jogo entre Estados Unidos e País de Gales, em 21 de novembro, ele foi detido pela equipe de segurança do estádio Ahmad Bin Ali por usar uma camiseta do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+. A homossexualidade é considerada crime no país.
O jornalista passou mal na tribuna de imprensa do Estádio de Lusail, informou um porta-voz do comitê supremo da organização, que acrescentou que Wahl recebeu imediatamente tratamento médico de emergência e foi levado de ambulância ao hospital Geral Hamad, em Doha.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, enviou as "sinceras condolências" da instituição e da "comunidade futebolística" à família e aos amigos do jornalista.
Carreira de sucesso
Wahl tinha uma longa carreira e vasta experiência em coberturas. Ele escreveu um livro sobre o ex-jogador David Beckham, esteve em oito Copas do Mundo consecutivas e trabalhou para a famosa revista Sports Illustrated, de 1996 a 2020, antes de se juntar à CBS Sports, em 2021.
De acordo com a estação de rádio norte-americana NPR, o jornalista desmaiou na tribuna de imprensa quando a partida estava quase no final.
Há alguns dias, Wahl comentou no seu boletim informativo online que tinha ido a uma clínica, pois não estava se sentindo bem.
– Me disseram que provavelmente tenho bronquite – escreveu. "O meu corpo quebrou. Três semanas com pouco sono, muito estresse e trabalho podem ter esse efeito", relatou.
A mulher do jornalista, Celine Gounder, uma famosa especialista em doenças infecciosas que apareceu na televisão várias vezes durante a pandemia de covid-19, escreveu no Twitter que estava "completamente em choque".
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, escreveu no Twitter: "Entristece-nos profundamente saber da morte de Grant Wahl".
Já a Federação de Futebol dos Estados Unidos disse que "Grant fez do futebol o trabalho da sua vida". "Nós estamos devastados por ele e a sua brilhante caneta já não estarem conosco", diz a entidade na declaração.