Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2025

Julgamento de Suzane e Cravinhos é retomado

O julgamento da morte do casal Manfred e Marísia Von Richthofen foi retomado nesta quarta-feira. O terceiro dia começou com o depoimento da primeira testemunha, Sérgio Gargiulo, vizinho dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, e arrolado para defender Daniel. (Leia Mais)

Quarta, 19 de Julho de 2006 às 08:12, por: CdB

O julgamento da morte do casal Manfred e Marísia Von Richthofen foi retomado nesta quarta-feira. O terceiro dia começou com o depoimento da primeira testemunha, Sérgio Gargiulo, vizinho dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, e arrolado para defender Daniel.

A oitiva da mãe dos Cravinhos, Nadja Cravinhos de Paula e Silva, que seria a primeira testemunha a depor, deve ser feita depois. O juiz Alberto Anderson preferiu, com o consentimento da defesa dos Cravinhos, ouvir duas testemunhas que teriam tido problemas de saúde, para poder dispensa-las mais rapidamente.

Nadja é a última testemunha de Cristian a ser ouvida pelo júri. Na terça-feira, aconteceram as oitivas das quatro testemunhas de acusação e de três da defesa de Cristian.

Acareação

Há a expectativa de uma acareação entre os réus Suzane Von Richthofen, filha do casal assassinado, e Daniel Cravinhos, ex-namorado da estudante. Os dois, junto com Cristian Cravinhos, são réus confessos no assassinato dos pais de Suzane, em crime ocorrido em 31 de outubro de 2002.

A expectativa em torno da acareação começou já no primeiro dia de julgamento, nesta segunda-feira, quando Suzane e Daniel apresentaram versões opostas para o crime durante seus interrogatórios perante o júri. Daniel apontou Suzane como "mentora" do assassinato dos pais, enquanto a jovem fez o inverso: disse que foi Daniel quem a levou a participar do crime.

As contradições levaram o advogado de defesa dos Cravinhos, Geraldo Jabur, a sugerir a acareação. A idéia logo ganhou apoio dos promotores Roberto Tardelli e Nadir de Campos, e a aceitação por parte do juiz Alberto Anderson Filho.

Especialistas na área criminal que disseram que a acareação pode ter pouco efeito prático, já que os réus podem apenas reafirmar os depoimentos anteriores. O próprio juiz no caso avaliou que uma acareação só vale a pena quando é feita entre testemunhas, e estas têm obrigação de dizer a verdade. No entanto, ele disse que tem atuado para evitar ao máximo o adiamento do júri e admitiu que Suzane e Daniel podem ficar frente a frente nesta quarta-feira.

Ao final dos depoimentos desta terça-feira - que foram cruciais para comprometer tanto a versão de Suzane, como a dos Cravinhos - a promotoria deixou o Fórum da Barra Funda (São Paulo), onde acontece o julgamento, dizendo que pode desistir da acareação porque as testemunhas ouvidas até o momento contribuíram para "grande parte dos pontos conflitantes" entre as versões.

A defesa dos Cravinhos, no entanto, disse que mantém o interesse no "confronto" e que não deixará de pedir ao juiz que seja realizado.

Tags:
Edições digital e impressa