O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está constrangido após a repercussão de suas acusações de existência de corrupção ocorrida em uma estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso, de acordo com uma fonte do PT.
Mesmo assim, o Planalto não quer fazer uma retratação pública até que o ex-presidente reaja, o que será feito ainda nesta tarde por meio de nota pública, segundo uma assessora de FHC. Dependendo do tom, entrará em ação.
Durante o dia, membros do governo tentaram deslocar o teor da denúncia e bater na tecla de que Lula tentou proteger o país ao não revelar as irregularidades e nem mesmo mandar apurar as denúncias que teriam ocorrido no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A ordem é não voltar a falar na palavra corrupção e evitar que o presidente seja levado a apresentar provas de irregularidades, além de ser acusado de acobertar ações ilícitas.
Segundo pessoas ligadas ao presidente, Lula estava "visivelmente constrangido" com a situação. Nesta sexta-feira, ele chegou a conversar com o advogado-geral da União, Álvaro Ribeiro da Costa, que disse ao presidente não ser este um caso para impeachment, como disse a oposição.
- Ele não quer passar recibo, mas sabe que agiu mal - disse um interlocutor de Lula.