Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2025

Maduro desarticula máfia ao retirar de circulação as notas de 100 bolívares

Em seu programa na emissora de TV estatal, "Em contato com Maduro", o presidente afirmou que há bancos nacionais envolvidos. A "operadora" que dirigiu o plano contra o papel-moeda da Venezuela é uma ONG "contratada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos”, denunciou

Segunda, 12 de Dezembro de 2016 às 13:08, por: CdB

Em seu programa na emissora de TV estatal, "Em contato com Maduro", o presidente afirmou que há bancos nacionais envolvidos. A "operadora" que dirigiu o plano contra o papel-moeda da Venezuela é uma ONG "contratada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos”, denunciou

 

Por Redação, com DW - de Caracas

 

Passa a valer, a partir desta segunda-feira, a ordem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Todas as cédulas de 100 bolívares, as de maior denominação, serão recolhidas. O intuito é enfrentar supostas máfias colombianas que armazenam o papel-moeda numa "guerra econômica" para desestabilizar a Venezuela.

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As notas de 100 bolívares têm sido estocadas em grandes armazéns pela máfia e somem de circulação

Em seu programa na emissora de TV estatal, Em contato com Maduro, o presidente afirmou que há bancos nacionais envolvidos. A "operadora" que dirigiu o plano contra o papel-moeda da Venezuela é uma ONG "contratada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos”, denunciou.

Maduro denuncia

— Decidi tirar de circulação as cédulas de 100 bolívares nas próximas 72 horas e dar um prazo prudente para que os que possuam cédulas de 100 bolívares o declarem perante os bancos públicos e perante o Banco Central — disse Maduro.

Segundo o presidente venezuelano, uma investigação apontou que há armazéns, não só em várias cidades da Colômbia, que armazenam as notas venezuelanas. Foram identificadas instalações no Brasil, na Alemanha, na República Tcheca e na Ucrânia, onde as máfias estariam acumulando as cédulas venezuelanas.

— Calcula-se que mais de 300 bilhões de bolívares estejam em poder das máfias internacionais dirigidas na Colômbia, como parte do golpe econômico — acrescentou.

Sem bolívares

O presidente insistiu que há pelo menos dois anos se constatou um fenômeno. A Colômbia vem extraindo o papel-moeda venezuelano através das cidades fronteiriças colombianas de Cúcuta e Maicao. Locais onde existe "um centro permanente de ataque à moeda venezuelana".

— Qual é o objetivo? A desestabilização de nossa economia, a desestabilização da sociedade, deixar o país sem cédulas de 100 bolívares — considerou.

Segundo o presidente, em 72 horas as notas perderão seu valor.

Maduro assegurou que "há meses" a Venezuela vem exigindo que o governo da Colômbia tome medidas. Ele ressaltou que a Lei contra a Criminalidade Organizada prevê até 18 anos de prisão para quem traficar moeda nacional.

— Peço a pena máxima a todos os responsáveis que surjam desta investigação — disse.

Máfia capitalista

Abalada pela queda dos preços do petróleo, a Venezuela enfrenta uma grave crise econômica. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima uma taxa de inflação de 475% para 2016.

Como parte de um plano de adaptação à forte inflação, o Banco Central anunciou na semana passada a introdução de seis novas cédulas: de 20.000, 10.000, 5.000, 2.000, 1.000 e 500 bolívares, além das moedas de 100, 50 e 10 bolívares.

Nos últimos três meses, o Bolívar perdeu 75% de seu valor frente ao dólar. Uma cédula de 100 bolívares vale hoje cerca de 2 centavos de dólar. Um maço de cerca de 50 notas é necessário para comprar um sanduíche.

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