Correligionários de Arantes têm falado, publicamente, que ele deveria apoiar Rogério Rosso (PSD-DF), mas a reportagem do Correio do Brasil apurou, nesta quinta-feira, que emissários do petebista já mantêm diálogo com Maia há mais de uma semana
Por Redação - de Brasíllia
Atual presidente da Câmara e possível candidato à reeleição, Rodrigo Maia (DEM-RJ) está prestes a vencer as eleições para a Mesa Diretora da Casa, na semana que vem, com o apoio de seu principal adversário. Negociações em curso dão conta que Jovair Arantes (PTB-GO) tende a declarar apoio a Maia.
O deputado Jovair Arantes foi relator do impeachment na comissão especial. Ele, agora, negocia seu apoio a Rodrigo Maia (DEM-RJ)Correligionários de Arantes têm falado, publicamente, que ele deveria apoiar Rogério Rosso (PSD-DF), mas a reportagem do Correio do Brasil apurou, nesta quinta-feira, que emissários do petebista já mantêm diálogo com Maia há mais de uma semana. Na véspera, Rosso decidiu suspender sua candidatura à presidência da Câmara. Ele disse que pensa em voltar à campanha, se o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar ilegal a recondução de Maia. A hipótese, porém, parece improvável.
Maia, Jovair e Cunha
A decisão de Rosso foi compreendida como uma forma elegante de sair do páreo. O que deixa Arantes mais à vontade para negociar com Maia. Além dos cerca de 80 votos de Rosso, o atual presidente poderá contar com outros 20, 25 apoios de Arantes.
Outro candidato à Presidência da Casa, André Figueiredo (PDT-CE) já percebeu a dificuldade para obter o apoio de legendas de esquerda, como PT e PC do B, que já alinhavaram o apoio a Maia, por um assento na Mesa Diretora. A decisão, apesar de polêmica, já conta com o apoio da direção nacional de ambas as legendas.
Rosso questionou, na Comissão de Constituição e Jusitça (CCJ) se a candidatura do demista cumpre todos os requisitos legais. O Solidariedade e o PDT, por sua vez, levaram o mesmo questionamento ao STF. Tanto a Constituição quanto o regimento da Câmara, aparentemente, vedam a reeleição do presidente em uma mesma legislatura.
Na CCJ
O parlamentar carioca, no entanto, aposta na tese de que a regra não se aplica a quem se elegeu para um mandato tampão. O político da extrema direita foi conduzido ao cargo após a renúncia do hoje presidiário Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Maia conta com o apoio do Palácio do Planalto. Foi contando com isso, na disputa pela indicação à liderança do governo na Câmara, entre outras benesses, que o PSD depositou seu apoio ao deputado fluminense. Na CCJ, Maia contaria com o apoio de mais da metade dos integrantes.