Rio de Janeiro, 20 de Dezembro de 2025

Menos da metade das marcas de linguiça passa em teste

A empresa de testes Pro Teste analisou como estão as lingüiças calabresas vendidas no mercado. Foram analisadas nove marcas, sendo cinco embaladas de fábrica e quatro a granel, adquiridas em hipermercados de São Paulo. Menos da metade das marcas se salvou. (Leia Mais)

Terça, 21 de Março de 2006 às 11:26, por: CdB

A empresa de testes Pro Teste analisou como estão as lingüiças calabresas vendidas no mercado. Foram analisadas nove marcas, sendo cinco embaladas de fábrica e quatro a granel, adquiridas em hipermercados de São Paulo. Menos da metade das marcas se salvou. Em muitos locais de venda as lingüiças ainda são comercializadas em temperatura ambiente, o que contribui para a proliferação de microrganismos. As lingüiças calabresas são alimentos altamente gordurosos e muito ricos em sal. Por isso, o consumo deve ser moderado para não acarretar problemas de pressão alta.  Para quem tem o colesterol ou a pressão alta, é preciso fugir delas!

   Não foi indicado qual a melhor marca vendida a granel, porque o resultado das análises reflete apenas o momento em que os produtos foram comprados, e não como saíram das fábricas. Todos os pontos de venda visitados armazenam os produtos fora da temperatura ideal, contribuindo para uma proliferação mais fácil de bactérias e microrganismos. O consumidor não deve adquirir lingüiças vendidas sem refrigeração. Os micróbios presentes nas linguiças podem se reproduzir e estragá-las mais facilmente.

   A PRO TESTE checou rótulos, analisou as composições, quantificou aditivos, procurou por microrganismos que indicam risco à saúde, problemas de higiene ou falhas na produção ou conservação. Por fim, fez uma degustação. Na análise de aditivos verificou-se que entre as comercializadas a granel, a Perdigão vendida no Extra e a Sadia do Big apresentaram nitratos e fosfatos demais, o que pode trazer problemas para a saúde.

    No Brasil não há nenhuma lei que determine o que deve ou não constar nas etiquetas de produtos vendidos a granel, mas a PRO TESTE acredita que elas deveriam trazer todas as informações presentes nos alimentos embalados. O consumidor precisa saber o que está comprando e qual o prazo de validade. Todavia, o cenário encontrado foi lamentável:  alguns rótulos nem sequer apontavam claramente a denominação de venda do produto ("lingüiça tipo calabresa cozida e defumada"). Os rótulos dos produtos embalados foram um pouco menos reticentes.

    O Ministério da Agricultura limita o teor de gordura em lingüiças cozidas a, no máximo, 35% de sua composição. A PRO TESTE considera esse valor muito alto. É possível reduzi-lo se as lingüiças forem feitas com carnes de melhor qualidade. Na análise de gordura, todas as marcas, exceto a Seara, apresentaram menos gordura que o permitido por lei.

     Não há legislação abordando em que temperatura as lingüiças devem ser conservadas. Esse é um problema grave e a PRO TESTE acredita que a temperatura máxima deveria ser estipulada em 4°C, baixa o suficiente para a não proliferação de bactérias. Evitar contaminação dos produtos mantendo-os sob refrigeração é muito mais saudável para o consumidor do que entupi-los de aditivos. Mesmo as marcas vendidas sob refrigeração estavam em temperaturas mais altas que 4°C.

          Entre as lingüiças embaladas a que apresentou melhores resultados foi a Batavo (R$ 3,95 a R$ 5,76 por 500g). Foram testadas as lingüiças das marcas : Aurora, Batavo, Perdigão, Rezende, Sadia e Seara. Os produtos a granel foram comprados nos hipermercados Big, Carrefour,Extra e Wal-Mart.

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