Sem conhecimento do governo britânico, ministra de Cooperação Internacional, Priti Patel, se reuniu com políticos israelenses durante férias em Israel. Um dos encontros foi com o premiê Benjamin Netanyahu
Por Redação, com DW - de Londres:
A ministra de Cooperação Internacional do Reino Unido, Priti Patel, renunciou no dia anterior em meio ao escândalo causado pela revelação de suas reuniões secretas com representantes do alto escalão do governo de Israel.
Na carta de demissão dirigida à premiê britânica, Theresa May, Patel reconheceu que as suas ações ficaram aquém do esperado. "Aceito que, ao reunir-me com organizações; e políticos durante minhas férias particulares em Israel, minhas ações ficaram abaixo do alto padrão que se espera de uma ministra", afirmou.
Patel estava sob pressão desde a semana passada, quando a imprensa britânica revelou; que a ministra teve 12 reuniões com membros do alto escalão do governo de Israel em agosto, durante suas férias. Ela, inclusive, chegou a se encontrar com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.
Na terça-feira, a imprensa britânica afirmou que Patel teve encontros em setembro com o ministro da Segurança Pública, Assuntos Estratégicos e Informação israelense; Gilad Erdan, e com o diretor-geral do Ministério do Exterior de Israel, Yuval Rotem.
Além dos encontros, Patel desrespeitou os protocolos do governo do Reino Unido ao visitar territórios ocupados por Israel nas Colinas de Golã. Ao retornar da viagem, a ministra chegou a pedir ao Ministério britânico do Exterior; que considerasse apoiar as operações humanitárias do Exército de Israel nessa região.
O Reino Unido, assim como outros membros da comunidade internacional, nunca reconheceu o controle de Israel nas Colinas de Golã, que pertenciam à Síria até a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Partido Conservador
Deputada desde 2010 pelo Partido Conservador, Patel é membro do grupo de parlamentares Amigos Conservadores de Israel.
Patel é a segunda ministra a renunciar no Reino Unido em uma semana. Na última quarta-feira, o titular do Ministério da Defesa, Michael Fallon, deixou o cargo após ser acusado de assédio sexual.