Hoffmann lembrou, ainda, que a última reunião, em 5 de agosto, ocorreu enquanto o país enfrentava sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos.
Por Redação – de Brasília
Na abertura da reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, realizada nesta quinta-feira, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fez críticas ao patamar atual da taxa Selic. Hoffmann afirmou que a taxa básica de juros, hoje em 15%, “não guarda relação com a nossa realidade econômica”.

Ao resgatar a trajetória recente do Conselhão — reinstalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após ter sido extinto pelo governo Jair Bolsonaro (PL) — a ministra destacou que o colegiado cumpre papel essencial no diálogo entre governo e sociedade.
Hoffmann lembrou, ainda, que a última reunião, em 5 de agosto, ocorreu enquanto o país enfrentava sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos. Segundo a ministra, as medidas resultaram de “uma conspiração para coagir o curso da Justiça”, e a reação firme de Lula e das instituições brasileiras — Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal (STF) — ajudou a isolar “os traidores e seus aliados”.
Diálogo
Segundo a executiva, a estratégia do governo abriu caminho para negociações complexas conduzidas diretamente por Lula.
— Ao longo desses meses o presidente Lula estabeleceu um diálogo direto e altivo com o presidente Trump, que já resultou na retirada de parte significativa das tarifas — pontuou.
Gleisi também recordou que Lula estabeleceu limites claros para a negociação com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
— Lembro, presidente, que o senhor disse que, comercialmente, estávamos dispostos a negociar tudo. Mas não negociaria nossa soberania, o processo judicial brasileiro e nosso processo político — sublinhou.
Proposta
Ainda no campo econômico, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional aprovou na noite passada o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, mantendo a meta proposta pelo governo de superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) e com liberação acelerada de emendas parlamentares.
O projeto, que permite que o governo persiga o piso da margem de tolerância da meta fiscal, segue para votação em sessão conjunta do Congresso Nacional.
O texto ainda estabelece que 65% do total das emendas parlamentares de execução obrigatória sejam pagas até a conclusão do primeiro semestre de 2026, ano eleitoral.