Rio de Janeiro, 18 de Dezembro de 2025

Morre aos 84 anos o papa João Paulo II

O papa João Paulo II morreu neste sábado, anunciou o Vaticano. O pontífice de 84 anos, que chefiou a Igreja Católica Romana por 26 anos, morreu às 9h37 (16h37, pelo horário de Brasília), informou um comunicado. (Leia Mais)

Sábado, 02 de Abril de 2005 às 14:23, por: CdB

O papa João Paulo II morreu neste sábado, anunciou o Vaticano. O pontífice de 84 anos, que chefiou a Igreja Católica Romana por 26 anos, morreu às 9h37 (16h37, pelo horário de Brasília), informou um comunicado.

Segundo o Vaticano, a partir deste sábado, por nove dias, serão realizadas as cerimônias fúnebres "pelo repouso eterno de João Paulo II". Sua Santidade exercia o 26º ano de seu pontificado e teria completado 27 anos na função no dia 16 de outubro próximo.

O cardeal Secretário de Estado, Angelo Sodano, oficiará neste domingo, às 10h30min do horário local (5h30min de Brasília) uma missa na praça de São Pedro pela alma do Papa João Paulo II, anunciou o "número três" do Vaticano, o arcebispo Leonardo Sandri.

Sandri fez o anúncio diante de dezenas de milhares de pessoas que estavam na praça de São Pedro rezando um rosário. Muitas delas ficaram completamente mudas e começaram a chorar ao saber da morte de João Paulo II, que ocorrida às 21h37min do horário local (16h37min de Brasília).

João Paulo II, o gigante de uma era

Adorado por alguns, atacado por outros, o papa João Paulo II foi o líder religioso mais importante e talvez a pessoa mais conhecida do mundo.

João Paulo II morreu neste sábado após ficar por mais de um quarto de século no centro dos acontecimentos mundiais. Ele foi tanto louvado por defender os oprimidos quanto criticado por sua ortodoxia à frente da Igreja.

Nos últimos anos, o mundo assistiu ao declínio da saúde do pontífice de 84 anos, que sofria do mal de Parkinson e de uma severa artrite. Era incapaz de terminar de ler os discursos e tinha dificuldades em pronunciar as palavras.

O papa foi internado duas vezes no hospital Gemelli, de Roma, em fevereiro deste ano. Com sérios problemas respiratórios, teve de ser submetido a uma traqueostomia que o deixou temporariamente sem voz.

O sentimento de que o fim de um dos pontificados mais marcantes da história se aproximava afligiu os 1,1 bilhão de católicos do mundo. A enorme cobertura jornalística do seu estado de saúde, em todo mundo, mostrou que sua influência ia muito além dos seus fiéis.

O polonês Karol Wojtyla entrou em cena no dia 16 de outubro de 1978, quando foi escolhido como o primeiro papa não-italiano em 450 anos. Os historiadores dizem que seu pontificado, o terceiro mais longo da história, será lembrado por sua participação na queda do comunismo no Leste Europeu, em 1989.

Os poloneses acreditam que seu ostensivo apoio ao proscrito sindicato Solidariedade, que sofria forte repressão do regime comunista, foi uma força importante para manter o movimento vivo.
O Solidariedade formou o primeiro governo não-comunista do Leste Europeu em 1989, marcando o início de um efeito-dominó. "Olhem, a noite acabou, o dia amanheceu outra vez", disse o papa durante uma triunfal visita à Eslováquia, em 1990.

Uma década depois de testemunhar a queda do comunismo, ele realizou outro de seus sonhos. Visitou a Terra Santa, em março de 2000, e foi rezar no Muro Ocidental de Jerusalém: pediu perdão em nome dos católicos pelos séculos de perseguição aos judeus.

PÚLPITO GLOBAL

Incansável viajante que percorreu cerca de 1,25 milhão de quilômetros em 104 viagens a cerca de 130 países, o papa foi uma figura familiar em todo o mundo, capaz de atrair multidões de até 4 milhões de pessoas.

Sempre usou seu cargo para chamar a atenção para o drama dos mais necessitados e oprimidos do mundo, mas ao mesmo tempo manteve uma mão firme e conservadora sobre a Igreja.
"Falo em nome dos que não têm voz", disse ele na África, em 1980. Referia-se, entre outros, a fetos abortados e a dissidentes que apodreciam em prisões.

Sentia-se à vontade passando sermões em ditadores de esquerda e de direita, assim como dizendo a líderes democráticos que o capitalismo desenfreado e a globalização não são panacéia para os problemas do mu

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