Fernando Sabino, 80 anos, morreu nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. O escritor, que sofria com um câncer no esôfago há dois anos, estava cercado de familiares, em casa, como era o seu desejo. O enterro está marcado para a manhã desta terça-feira, no Cemitério São João Batista. O corpo será velado a partir das 17h desta segunda-feira.
Nesta terça, o escritor completaria 81 anos. No último dia 24 de setembro, Sabino foi internado na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras, Rio de Janeiro. Desidratado, ele foi submetido a exames, mas recebeu alta dois dias depois.
Fernando Tavares Sabino nasceu em Belo Horizonte. Aos 12 anos, ele já era locutor do programa infantil Gurilândia, da Rádio Guarani, na sua cidade natal. Os primeiros textos foram inspirados por livros de aventuras, principalmente Winnetou, de Karl May, e dos romances policiais de Edgar Wallace, Sax Rohmer e Conan Doyle. O primeiro conto policial de Sabino foi publicado na revista Argus, órgão da Secretaria de Segurança de Minas Gerais.
Além de começar a escrever, Sabino também tornou-se nadador na adolescência. Em 1939, ele chegou a bater vários recordes em sua especialidade, o nado de costas.
No ano de 1946, ele formou-se em Direito e licenciou-se do cargo que exercia na Justiça, embarcando com Vinícius de Moraes para os Estados Unidos. Morando em Nova York, Sabino trabalhou no Escritório Comercial do Brasil e também no Consulado Brasileiro. Nos Estados Unidos, Sabino começou a escrever o romance O Grande Mentecapto, que só viria retomar 33 anos depois.
No ano seguinte, Sabino passou a escrever crônicas para os jornais Diário Carioca e O Jornal, ambos do Rio de Janeiro. Ao lado dos amigos e também escritores Paulo Mendes Campos e Otto Lara Resende, Sabino formou o trio que resgatou a crônica do limbo em que se encontrava dentro da literatura brasileiro. Os três são considerados os maiores cronistas do Brasil.
Já de volta ao Brasil, seus livros começaram a ser publicados pela Editora Sabiá, de sua propriedade, em 1967. Em 1972, Sabino se desfez da editora, vendendo-a para a José Olympio.