Rio de Janeiro, 11 de Fevereiro de 2025

Muçulmanos querem ONU na liderança da guerra contra o terrorismo

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Quinta, 11 de Outubro de 2001 às 11:24, por: CdB

O ministro do Exterior do Irã, Kamal Kharrazi, e seu colega egípcio, Ahmed Maher, concordaram durante a Conferência dos Países Islâmicos, em Doha, nesta quinta-feira, que a campanha contra o terrorismo não deve ser liderada por apenas uma nação, no caso, os EUA, mas pela Organização das Nações Unidas. Ambos os países, de maioria muçulmana, também acreditam que deva haver um fim para "a opressão na Palestina e no Afeganistão". Kharraz criticou o que considera "o terrorismo de estado" de Israel e considerou o terrorismo um "fenômeno sinistro" que somente poderá ser detido com a participação de todas as nações do mundo. Civis são exterminados pelas bombas norte-americanas Segundo a agência de notícias Afghan Islamic Press, baseada no Paquistão, um míssil atingiu uma casa em Cabul, próxima à alfândega, matando dez pessoas de uma mesma família, incluindo mulheres e crianças. - Estão matando civis. Há mais terrorismo do que isto? Eles se tornaram mártires - afirmou o ministro talibã da Educação, Amir Khan Muttaqi. Em Kandahar, onde cerca de 30 mísseis teriam sido lançados matando pelo menos 18 pessoas, segundo os talibãs, a população está deixando a a cidade, carregando seus pertences em carroças, lombos de burros ou mesmo sobre as costas. Muttaqui ressaltou que o dissidente saudita Osama bin Laden continua imune aos ataques aliados. - Ele está seguro, num lugar secreto - assegurou o ministro. O ministro acrescentou que Bin Laden só recebeu permissão para emitir comunicados, não para se engajar em atividades políticas ou militares enquanto estiver em território afegão. Na quarta-feira o porta-voz talibã Abdul Hai Mutmaen afirmou que os ataques aliados contra alvos no Afeganistão fazem com que a jihad contra os EUA seja uma obrigação para todos os muçulmanos. O regime extremista islâmico, que anteriormente disseram que as atividades de Bin Laden haviam sido paralisadas no país, anunciou que a partir de agora ele tem carta branca para agir como desejar. - Com o início dos ataques americanos as restrições a Bin Laden não estã mais em vigor. A jihad é uma obrigação para todos os muçulmanos do mundo. Nós queremos isso, Bin Laden quer isso e a América enfrentará conseqüências desagradáveis - afirmou Mutmaen. Enquanto espera o combate por terra contra as forças anglo-americanas, o Talibã enfrenta rebeldes em várias regiões do Afeganistão. Forças leais ao líder da Aliança do Norte, Ismail Khan, afirmaram nesta quinta-feira que haviam assumido o controle de Chaghcharan, capital da província de Ghor e uma importante cidade às margens da estrada que liga Cabul a Herat. Os guerrilheiros disseram, ainda, que capturaram um grande número de soldados talibãs. Ao assumir o controle da cidade, os guerrilheiros interromperam a principal rota de envio de suprimentos para os talibãs que combatem no norte do país.

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