Pelas normas internacionais, pessoas resgatadas no mar devem ser levadas para o porto seguro mais próximo, tarefa que recairia sobre Itália ou Malta, já que a ONG julga que a Líbia não oferece condições mínimas de segurança.
Por Redação, com ANSA - de Roma
Um navio com 32 imigrantes a bordo navega sem rumo no Mar Mediterrâneo Central há cinco dias, enquanto aguarda a indicação de um porto seguro para atracar, A embarcação pertence à ONG Sea Watch e já foi recusada por cinco países da União Europeia: Alemanha, Espanha, Holanda, Itália e Malta. O resgate ocorreu no último sábado, na costa da Líbia, um mês depois de a entidade ter retomado suas operações de socorro no Mediterrâneo, apesar das pressões do governo italiano contra as ONGs. A Sea Watch e outras organizações humanitárias acusam o país africano de violar os direitos humanos de migrantes e de não ter condições de gerir a crise migratória. – Ainda estamos bloqueados no mar, em um novo limbo político, na indiferença da Europa, que parece não querer interromper sua feroz política antimigração – disse a entidade. Entre os 32 migrantes a bordo do navio estão quatro mulheres, quatro menores de idade desacompanhados e três crianças. – Nos foi negado um porto seguro. Estamos equipados, mas o inverno no Mediterrâneo atinge pessoas já fragilizadas – afirmou Philip Hahn, chefe de missão da Sea Watch, cujo navio tem bandeira alemã. “A Europa deve assumir suas responsabilidades, e a Alemanha deveria dar um bom exemplo”, acrescentou. Pelas normas internacionais, pessoas resgatadas no mar devem ser levadas para o porto seguro mais próximo, tarefa que recairia sobre Itália ou Malta, já que a ONG julga que a Líbia não oferece condições mínimas de segurança. Os dois países, no entanto, fecharam os portos para indivíduos tirados do mar. A Guarda Costeira líbia é equipada e treinada pelas autoridades italianas, em uma forma de capacitá-la para realizar resgates no Mediterrâneo e impedir que migrantes e deslocados internacionais cheguem ao país europeu. O navio da Sea Watch se encontra atualmente entre Lampedusa, na Itália, e Malta.