Os assassinatos continuam acontecendo em Darfur, mas o governo do Sudão parece não ser responsável por eles e está se esforçando para melhorar a segurança na região, disse o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira.
Jan Pronk afirmou em um programa de rádio da BBC que, no passado, Cartum estava por trás da violência em Darfur, mas que a situação havia melhorado agora e que não havia indícios de assassinatos em massa. No entanto, ele ressaltou que é preciso fazer mais para proteger as pessoas que estão em perigo.
- No momento, o governo está realmente se esforçando - disse Pronk, que está no Sudão.
-Não há assassinatos em massa neste país. Há assassinatos, mas não há razões para acreditar... que o governo esteja por trás deles - disse ainda.
Em fevereiro de 2003, os rebeldes iniciaram uma revolta armada, depois de anos de disputa entre as tribos árabes nômades e as comunidades de agricultores africanos pelos escassos recursos em Darfur.
Os rebeldes acusam o governo de ajudar as milícias árabes, conhecidas como janjaweed, a saquear e queimar as vilas africanas em uma campanha de limpeza étnica na região no oeste do país. Cartum nega as acusações e diz que os janjaweed são ilegais.
O governo tem até o fim de agosto para provar ao Conselho de Segurança da ONU que está avançando na proteção das mais de um milhão de pessoas que deixaram Darfur fugindo da revolta, que matou pelo menos 50 mil.
Pronk vai relatar os progressos no país ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, no dia 30 de agosto. Se o Sudão não conseguir provar que está comprometido com a proteção dos civis e o desarmamento dos janjaweed, poderá enfrentar sanções segundo uma resolução do Conselho de Segurança.
O enviado da ONU disse que eram necessários mais monitores além dos 100 observadores da União Africana que estão no país, e que eles precisavam ter um papel mais ativo.