Rio de Janeiro, 09 de Dezembro de 2025

Opinião dominante entre analistas é pela permanência dos juros altos

Analistas debatem a permanência dos juros altos no Brasil e quando pode ocorrer a queda. Confira as expectativas e os sinais do Copom.

Terça, 09 de Dezembro de 2025 às 19:32, por: CdB

A dúvida entre os economistas, no entanto, é quando haverá o início da queda, e, diante dessa incerteza, os olhares se voltam para a comunicação do colegiado, em busca de sinais de seus próximos passos.

Por Redação, com Reuters – de Brasília

A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano tende a manter a taxa básica de juros em 15%. Esta é a previsão praticamente unânime no mercado de capitais, ao mesmo tempo em que se prevê o início de um ciclo de redução dos juros, em breve.

Opinião dominante entre analistas é pela permanência dos juros altos | A alta na taxa básica de juros da economia brasileira repercute nas contas públicas
A alta na taxa básica de juros da economia brasileira repercute nas contas públicas

A dúvida entre os economistas, no entanto, é quando haverá o início da queda, e, diante dessa incerteza, os olhares se voltam para a comunicação do colegiado, em busca de sinais de seus próximos passos.

Apesar dessa expectativa, a tendência é que essa seja mais uma reunião sem a definição de um forward guidance (orientação sobre futuros passos). O colegiado tende a fazer apenas ajustes marginais na comunicação, para alinhá-la às declarações mais recentes de seus membros.

 

Galípolo

Assim, deve reforçar uma postura dependente de dados e manter certa flexibilidade para as decisões seguintes, analisam economistas consultados pela mídia conservadora. Até o início da última semana, prevalecia no mercado a interpretação de que a “seta” do Comitê para as próximas decisões estaria atrelada ao trecho que aborda a manutenção dos juros em 15% por “período bastante prolongado”.

Contudo, a leitura perdeu força depois que o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, esclareceu que a expressão não é “zerada” a cada nova reunião, indicando que uma modificação do recado não seria necessária para o início de um ciclo de afrouxamento.

— Ficou claro que o ‘bastante prolongado’ significa uma integral e não a partir de cada reunião — disse ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo a diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS GWM, Solange Srour, cuja projeção é de maior probabilidade de cortes a partir de março ou abril.

 

Opção

Srour entende que a retirada ou manutenção do trecho não seriam indicativos obrigatórios dos próximos passos do Comitê, e levanta a possibilidade de uma terceira opção, na qual o Copom faça apenas uma alteração na frase, ajustando o tempo verbal.

Para a financista, caso o Comitê já planeje reduzir a Selic em janeiro, é possível que adicione algum recado sobre ter parcimônia e cautela nos próximos passos. E frisa, no entanto, que é mais provável que esse tipo de alteração ocorra somente a partir da próxima reunião.

 

Dados

A adoção de uma comunicação cada vez mais dependente de dados pela autoridade monetária é a aposta do economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, que prevê início dos cortes em março.

O economista afirma que, na reunião atual, estará atento à avaliação sobre a melhora do cenário.

— Se essa desaceleração e desinflação são mais permanentes e dá para cortar juros ou se ainda é muito cedo e essa melhora não está sendo tão expressiva. Acho que virão mais para essa segunda linha, porque é o que o Galípolo tem falado publicamente. Ele tem ido na direção de que ‘melhorou, mas está gradual, mais lento e menos intenso do que gostaríamos’ — concluiu.

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