A oposição da Venezuela, que está dividida, concordou nesta terça-feira em tentar verificar as mais de um milhão de assinaturas contestadas em sua petição para um referendo contra o presidente Hugo Chávez, na última chance de tentar realizar a votação neste ano.
O líder poderá ter que enfrentar um referendo em 8 de agosto caso a oposição prove, durante um processo de cinco dias no próximo mês, que coletou as 2,4 milhões de assinaturas necessárias para validar o pedido de votação.
Autoridades eleitorais declararam até agora a validade de 1,9 milhões de assinaturas pró-plebiscito e ordenaram a verificação de outras 1,2 milhão.
A Coordenadora Democrática (CD), coalizão de partidos políticos de oposição e grupos civis que lutam para derrubar o presidente, dividiu-se em relação ao tema da complicada avaliação das assinaturas.
Alguns líderes de oposição classificaram a reconfirmação como tentativa de autoridades eleitorais pró-Chávez de obstruir o referendo. Mas moderados disseram que a verificação seria a única maneira de manter a campanha viva.
"A Coordenadora Democrática decidiu participar da reconfirmação, para ganhar a reconfirmação, porque é um estágio fundamental no caminho democrático", declarou o porta-voz Jesus Torrealba nesta terça-feira.
Os eleitores que tiveram as assinaturas questionadas precisam confirmar os votos pessoalmente entre os dias 27 e 31 de maio em mais de 2.500 centros no país. A oposição precisa validar no mínimo outras 525 mil das 1,2 milhão de assinaturas contestadas para garantir o referendo.
Chávez afirma que o referendo é uma fraude que incluiu nome de eleitores mortos, menores e imigrantes ilegais. Ele garante ter apoio da maioria dos venezuelanos.
Uma pesquisa privada na semana passada mostrou que Chávez poderia ganhar o referendo com apenas 35 por cento de apoio porque seus oponentes estão divididos entre os que apóiam a campanha de votação e os eleitores desiludidos, que não participariam do plebiscito.