O secretário de Política Econômica, do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, disse nesta segunda-feira que o governo pretende adotar uma série de medidas para que o Estado deixe de sugar recursos do setor privado e faça um ajuste fiscal de longo prazo, com corte de gastos. Segundo ele, este é um momento de transição para preparar a retomada dos investimentos públicos, principalmente em infra-estrutura e tecnologia, e preparar o País para nova fase de desenvolvimento. Ele disse ainda que a relação crédito/PIB no Brasil, é uma das mais baixas do mundo, e que o governo está preparando uma série de medidas para a retomada dos investimentos do setor privado, como o projeto de Lei de Falências, em debate no Congresso, e outros mecanismos como de securitização (transformação em títulos no mercado de imóveis) e alienação fiduciária. "No mercado habitacional a expectativa é de que o sistema financeiro possa promover empréstimos de 20 a 30 anos na compra da casa própria, com spread (margem de ganho da instituição financeira) de dois a três pontos acima dos títulos públicos, como ocorre em outros países", afirmou. O secretário de Política Econômica salientou ainda que o Estado precisa deixar de ser um despoupador, para retomar sua capacidade de investimento em infra-estrutura e ciência e tecnologia. O Brasil tem vantagens na área agrícola assim como investimentos em tecnologia, ressaltou. Segundo Lisboa, a parceria entre as universidades e o setor produtivo é fundamental para se resolver os problemas de tecnologia, da logística, transporte e padrão de qualidade, que são fundamentais para o aumento do comércio internacional e melhoria na credibilidade externa. Lisboa anunciou que o governo deverá adotar medidas para melhorar a distribuição de renda. "Estudos mostram que o aumento de um ano na escolaridade média, produz um impacto de 6% a 8% na renda permanente de longo prazos das economias e que número semelhantes de melhoria de condições sociais, por exemplo em saúde, reproduz também um aumento na renda, sempre no longo prazo”.
Para secretário, Estado deve deixar de "sugar" recursos privados
Segunda, 07 de Abril de 2003 às 10:35, por: CdB