Kaili está presa desde a última sexta-feira quando a polícia da Bélgica desencadeou uma grande operação para investigar denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro de pessoas ligadas ao Parlamento UE.
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas
O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira a destituição de sua vice-presidente, Eva Kaili, e a consequente suspensão de suas funções políticas, por conta do envolvimento da representante grega em um escândalo de corrupção. Foram 625 votos a favor, um contrário e duas abstenções.
Sob pedido dos grupos parlamentares Socialistas & Democratas (S&D), que mais teve políticos e assessores envolvidos na crise. A Esquerda e Identidade e Democracia (ID, de direita e extrema-direita), a votação foi nominal.
Votou contra a destituição o croata Mislav Kolakusiv, sem grupo, e se abstiveram o holandês Dorien Rookmaker, do Conservadores e Reformistas, e o alemão Joachim Kuhs, do ID.
Kaili está presa desde a última sexta-feira quando a polícia da Bélgica desencadeou uma grande operação para investigar denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro de pessoas ligadas ao Parlamento UE. Foram 16 mandados de busca e apreensão e quatro detenções no país, além de duas na Itália.
A suspeita é que o Qatar tenha dado propina e benefícios financeiros para que os parlamentares e seus assessores apoiassem o país em votações da Casa. O regime é acusado de constantes violações de direitos humanos, especialmente, de trabalhadores.
Destituição formal dos cargos
Por conta da detenção, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, havia suspendido a grega de todas as suas funções no último sábado, mas a destituição formal dos cargos só pode ser feita pelo plenário.
Então, na manhã desta terça-feira, os presidentes dos grupos políticos que compõem o Europarlamento se reuniram para debater a ativação do artigo 21 do Regulamento, que prevê a suspensão de mandatos. Conforme Metsola, os presidentes dos grupos tomaram uma "decisão foi tomada por unanimidade".
Além da eurodeputada grega, continuam presos três italianos: o assessor parlamentar do grupo S&D e marido de Kaili, Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado Antonio Panzeri e o diretor da ONG No Peace Without Justice, Niccolò Figa-Talamanca.