Rio de Janeiro, 25 de Março de 2025

Perda do prestígio de Lula, no Nordeste, alerta o Planalto

O ponto que mais preocupa o núcleo político do governo, no entanto, é o recuo no nível de aprovação dos eleitores nordestinos. O principal vetor para a queda, no entanto, é atribuído por Felipe Nunes, diretor da Quest, à crise sobre a regulação do PIX.

Segunda, 27 de Janeiro de 2025 às 15:47, por: CdB

O ponto que mais preocupa o núcleo político do governo, no entanto, é o recuo no nível de aprovação dos eleitores nordestinos. O principal vetor para a queda, no entanto, é atribuído por Felipe Nunes, diretor da Quest, à crise sobre a regulação do PIX.

Por Redação – de Brasília

Pesquisa do Instituto Quest divulgada nesta segunda-feira, que aponta uma queda acentuada no prestígio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi recebida com cautela, no Palácio do Planalto, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil. O nível de aprovação do governo caiu de 52% em dezembro de 2024 para 47% neste mês, apenas 30 dias depois.

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Diante da perda de prestígio junto ao eleitorado nordestino, o presidente Lula pediu o apoio do prefeito do Recife, João Campos (PSB-PE)

O ponto que mais preocupa o núcleo político do governo, no entanto, é o recuo no nível de aprovação dos eleitores nordestinos. O principal vetor para a queda, no entanto, é atribuído por Felipe Nunes, diretor da Quest, à crise sobre a regulação do PIX e a sequência de erros cometidos pela área de Comunicação Social do governo, à época dirigida pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), agora substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira.

O estudo revela, pela primeira vez desde o início deste terceiro mandato, um índice de desaprovação (49%) superior ao de aprovação (47%). Na margem de erro de um ponto percentual, para mais ou para menos, o melhor cenário para o governo indicaria um empate entre os que aprovam e os que desaprovam o governo petista.

 

Avaliação

Uma das quedas mais acentuadas na avaliação de Lula, conforme a pesquisa aponta, ocorreu na região Nordeste, onde em dezembro o presidente tinha 67% de aprovação e declina para 59%, um mês depois. Já o índice de desaprovação subiu de 26% para 37% no mesmo período.

Entre o eleitorado feminino, a aprovação do governo também recuou de forma significativa. Em dezembro, 54% das mulheres aprovavam a administração Lula. Esse índice caiu para 49% em janeiro. A desaprovação, que tem aumentado entre mulheres desde julho de 2024, passou de 44% para 47% no último mês.

Outro segmento que apresentou uma redução no apoio ao governo foi o dos eleitores com renda mensal de até dois salários mínimos. Em dezembro, 63% desse grupo afirmavam aprovar o governo, percentual que caiu para 56% em janeiro.

— Perder popularidade no Nordeste e na renda baixa significa que o governo está perdendo base que deixa de defendê-lo — afirmou Felipe Nunes, em entrevista à mídia conservadora.

 

Cenário

Além de buscar os índices de aprovação do trabalho de Lula, a Quaest também procurou saber como os eleitores e eleitoras avaliam o governo. A avaliação negativa deu um salto, saindo de 31% em dezembro para 37% nas últimas quatro semanas. As avaliações positivas caíram de 33% para 31%.

Aqueles que avaliam o governo como “regular” eram 34%, agora são 28%. Também neste caso, é a primeira vez desde o início do mandato que o cenário é negativo pra o petista.

Perguntados sobre as notícias negativas mais lembradas no governo Lula, os pesquisados apontaram que a regulação do PIX foi a principal, com 11%. Apesar do índice aparentemente baixo, a segunda opção mais citada (“Não faz o que promete/é corrupto”) somou apenas 3%. Inflação e aumentos de impostos vieram em seguida, com 2% cada.

 

Economia

A pesquisa também captou um sentimento negativo sobre a percepção econômica. Enquanto 25% das pessoas afirmam que a economia melhorou em 2024, outras 39% dizem que piorou e 32% afirmam que ficou “do mesmo jeito”.

— Vai ser preciso mais do que uma mudança de comunicação para mudar a rota desses indicadores. Política e gestão terão que andar acompanhados com a comunicação para que uma mudança real possa dar novo rumo ao governo — acrescentou Nunes.

A Quaest ouviu 4.500 pessoas entre os dias 23 e 26 deste mês. O levantamento foi encomendado pela empresa Genial Investimentos.

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