A menos de uma semana de voltar ao circuito mundial de tênis, Gustavo Kuerten está motivado mas cauteloso quanto ao seu desempenho, seis meses depois de passar pela segunda cirurgia no quadril.
Guga, que foi operado no final de setembro, viaja na quinta-feira para a Europa, onde disputa o torneio de Valencia a partir de segunda.
"Sempre fui um cara altamente competitivo, isso continua no meu sangue e fiz a cirurgia para buscar ser tão competitivo quanto era antigamente, só que agora vou passar por uma fase de adaptação de novo ao circuito", disse Guga em entrevista coletiva em Florianópolis.
"Volto com menos favoritismo, sem expectativas, preparado para construir o caminho, mas comendo pelas beiradas...Foram seis meses difíceis e sei que tenho bastante para crescer ainda e correr atrás."
Avaliado pelo médico que o operou, Marc Philippon, há duas semanas em São Paulo, Guga contou que recebeu a aprovação que esperava.
"Ele falou que estou liberado para competir, que durante uns dois ou três meses ainda vou sentir um incômodo, mas que é uma coisa que eu tenho que passar e que só vai passar jogando", destacou o brasileiro.
Outra adaptação que Guga terá que fazer é a de viajar sem um treinador, já que recentemente encerrou a parceria de 15 anos com o técnico Larri Passos.
"Vai ser uma experiência nova pra mim. Vou sentir a falta dele com certeza, especialmente ali na quadra, mas aos poucos vou me acostumando, afirmou o ex-número um do mundo.
"Sem ele não teria conquistado todo esse sucesso na minha carreira, mas agora optei por viajar sozinho, por me senti capaz de tomar mais decisões e espero que venha a dar certo."
O tricampeão de Roland Garros viajará acompanhado apenas da fisioterapeuta Mariângela Lima.
Depois de Valencia, onde atuará pela primeira vez, Guga joga os Masters Series de Monte Carlo, Roma, Hamburgo e depois Roland Garros. "Optei por jogar lá na Espanha para poder jogar um torneio antes de Monte Carlo, para me adaptar ao dia-a-dia do torneio, àquela rotina de pressão, ansiedade".
"Mas para mim o principal torneio é Roland Garros, é o torneio que tenho maior expectativa e que me motiva. Sei que não vou conseguir chegar tão bem quanto os outros caras, mas vou tentar chegar na melhor forma possível", completou.
Guga disse ainda que voltará a defender o Brasil na Copa Davis, já no próximo confronto, em julho, contra as Antilhas Holandesas, pela terceira divisão do torneio.
O catarinense comandou um boicote ao antigo presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Nelson Nastás, ano passado.
"Desde que a nova administração assumiu, me coloquei à disposição da equipe e estamos acreditando bastante que as coisas vão dar certo. Vamos continuar cobrando da mesma maneira do que da antiga administração, esperando o desenvolvimento do tênis brasileiro", disse Guga.