Rio de Janeiro, 30 de Dezembro de 2025

Pesquisa mostra queda vertiginosa no conceito de Temer junto ao eleitorado

Mais de dois terços dos brasileiros rejeitam o presidente de facto, Michel Temer. A rejeição aumentou, nos últimos 30 dias, depois que Temer foi citado como corrupto, na delação premiada de um dos executivos da empreiteira Odebrecht

Sexta, 23 de Dezembro de 2016 às 10:20, por: CdB

Mais de dois terços dos brasileiros rejeitam o presidente de facto, Michel Temer. A rejeição aumentou, nos últimos 30 dias, depois que Temer foi citado como corrupto, na delação premiada de um dos executivos da empreiteira Odebrecht

 

Por Redação - de Brasília e São Paulo

 

A rejeição dos brasileiros a Michel Temer disparou em dezembro, crescendo pelo segundo mês consecutivo. Nestes últimos 60 dias, a taxa cresceu 18 pontos percentuais. Mais de dois terços dos brasileiros rejeitam o presidente de facto. A rejeição aumentou, nos últimos 30 dias, depois que Temer foi citado como corrupto, na delação premiada de um dos executivos da empreiteira Odebrecht. Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira, na pesquisa Pulso Brasil, do Instituto Ipsos.

Ruim ou péssimo

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Sem tempo e perdendo apoio no Congresso, Temer tenta correr com as reformas que retiram direitos dos trabalhadores

Em público, Temer disse que a impopularidade não o incomoda. Ele usa essa rejeição para adotar as medidas impopulares como as reformas da Previdência e trabalhista. A pesquisa também mostra que os brasileiros estão cada vez mais insatisfeitos com sua forma de governar.

O número de entrevistados que consideram a administração de Temer ruim ou péssima saltou neste último mês de 52% para 62%. A aprovação ao presidente, por sua vez, caiu um ponto percentual. Registrou 15% neste mês, enquanto os que avaliam seu governo como ótimo ou bom passaram de 7% para 8%, na variação mensal.

Para o diretor do Ipsos e responsável pela pesquisa, Danilo Cersosimo, a desaprovação a Temer combina três fatores. O primeiro, segundo afirma, diz respeito a insatisfação da população com as respostas do governo para a crise econômica.

Renan

— Os brasileiros esperavam que a troca de comando resultasse num choque de gestão e isso não ocorreu na prática — disse Cersosimo ao diário econômico Valor, ao comentar o impeachment de Dilma Rousseff.

O segundo aspecto tem a ver com a agenda de reformas do atual inquilino no Palácio do Planalto. Ela é vista como impopular pela maioria dos entrevistados. Segundo levantamento, 87% acreditam que o país está no rumo errado.

— O último fator e o mais relevante está relacionado com as delações da Lava-Jato que comprometem Temer e seus aliados — prossegue Cersosimo. Ele acrescenta que que a desaprovação de 77% é muito alta para um político até pouco tempo atrás desconhecido por uma parcela significativa da população.

“O Ipsos ainda mediu a aprovação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A desaprovação ao senador pemedebista cresceu de 62% para 79%. Nesse caso, a exemplo de Temer, o índice foi impulsionado pelas delações que citam Renan, mas também pelos desdobramentos do confronto recente entre o parlamentar e o Poder Judiciário”, afirma o texto.

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