Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2025

Polícia admite que Dudu pode não estar no Complexo do Alemão

A polícia admite a hipótese de o traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, não estar no Complexo do Alemão, local onde vêm sendo feitas incursões desde a última sexta-feira. Segundo o subchefe de Polícia Civil, José Renato Rorres, a polícia está checando informações passadas ao Disque-Denúncia de que Dudu estaria escondido em outra favela do Rio. (Leia Mais)

Terça, 20 de Abril de 2004 às 08:26, por: CdB

A polícia admite a hipótese de o traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, não estar no Complexo do Alemão, local onde vêm sendo feitas incursões desde a última sexta-feira. Segundo o subchefe de Polícia Civil, José Renato Rorres, a polícia está checando informações passadas ao Disque-Denúncia de que Dudu estaria escondido em outra favela do Rio.

Nesta segunda-feira, mais nove pessoas foram presas, algumas suspeitas de serem comparsas do chefe do bando que invadiu a Rocinha no último dia nove. Quatro deles foram presos em uma fábrica desativada da Skol, perto da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. O outro, Humberto Castelo Branco da Costa, de 32 anos, foi capturado em um apartamento em Olaria, perto da Pedra do Sapo. Fábio Freitas de Aguiar, de 24 anos, foi preso e uma menor que estava com ele também foi detida. No início da noite, a polícia prendeu mais duas pessoas: Cláudio Henrique dos Santos, de 20, e Ronaldo José de Souza, de 20. Ambos são da Favela da Grota.

À noite, a polícia identificou como Marcelo Paixão Nepomuceno, o Chiclete, um dos cinco presos pela manhã. Marcelo é irmão do traficante Marcinho VP, preso no presídio de segurança máxima Bangu I, e está na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Este é o quinto dia de operação no Complexo do Alemão. As incursões que foram suspensas no domingo, por causa do número de moradores que se encontrava em casa, recomeçaram nesta segunda-feira. A Polícia Civil conta com apoio de 350 policiais. Além disso, há uma equipe chefiada pelo delegado Alan Turnowski, coordenador das Delegacias Especilizadas, composta por cem homens, que checa as informações que chegam através do Disque-Denúncia.

No domingo, mais dez homens que tinham participado da invasão da Rocinha no dia nove foram presos, somando, até agora, 31 pessoas presas desde o início das operações. Entre eles, estão Adilson Camargo, gerente do tráfico no Complexo do Alemão, encontrado com outros seis suspeitos em Rio das Ostras - e Neversino de Jesus Garcia, gerente da Favela do Vidigal - encontrado com outros dois homens em Jacarepaguá. Os dois traficantes participaram dos conflitos na Rocinha. Adilson seria um dos bandidos que tentaram tomar o morro pela mata, enquanto Neversino seria ligado a Patrick de Souza Martins, do Vidigal, e teria dado guarida ao bando de Dudu antes da invasão.

Segundo o chefe de polícia Álvaro Lins, Neversino fez parte do grupo que fechou a Avenida Niemeyer, aterrorizou motoristas e matou a tiros a mineira Telma Veloso. No apartamento em que Neversino foi encontrado, no Anil, em Jacarepaguá, também foram presos Márcio da Silva, de 27 anos, e Rodrigo Pereira de Vasconcelos, de 24, que seriam motoristas da quadrilha de Dudu.

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