O objetivo é localizar e recuperar os restos mortais da estudante Matheus Passarelli, também conhecida como Matheusa por parentes e amigos
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:
Policiais civis da Delegacia de Descoberta de Paradeiros fizeram na manhã desta segunda-feira uma operação no Morro do 18, em Água Santa, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. O objetivo é localizar e recuperar os restos mortais da estudante Matheus Passarelli, também conhecida como Matheusa por parentes e amigos.
Durante a ação, que conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core); um agente da unidade foi baleado na perna e socorrido pelos companheiros. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.
Matheusa desapareceu no dia 29 de abril, depois de uma festa em; que havia sido contratada para trabalhar como tatuadora, no bairro do Encantado. A polícia concluiu que Matheusa foi assassinada no Morro do 18 e; que seu corpo foi possivelmente carbonizado.
Comitê estuda medidas
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reuniu 22 instituições públicas, institutos de pesquisa e movimentos sociais; para criar o Comitê para a Prevenção de Homicídios de Adolescentes no Rio de Janeiro. A iniciativa foi lançada na quinta-feira e é a segunda do tipo no Brasil, seguindo o exemplo do Ceará.
O lançamento foi marcado pela apresentação de dados alarmantes sobre esses homicídios; além de relatos de jovens negros e de uma mãe que teve o filho assassinado aos 19 anos.
Segundo o Unicef, 335 adolescentes foram assassinados na cidade do Rio de Janeiro em 2016, e 269 deles eram negros. O Brasil é país do mundo que mais mata adolescentes em números absolutos.
Em 2015, foram 11.403 assassinatos de pessoas de 10 a 19 anos. O patamar supera todas as mortes desse tipo registradas em todos os países do continente asiático; o que inclui nações em conflito, como a Síria.
A representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, destacou que a situação do país é grave a nível internacional; com o registro de 28 mortes de adolescentes por dia.
– Atualmente, é mais perigoso ser adolescente do que ser adulto no Brasil. A probabilidade de ser assassinado sendo adolescente mais é alta do que sendo adulto – disse. “O Brasil fez muito na redução da mortalidade infantil. Vocês salvaram milhares de vidas a cada ano de crianças; que não morreram antes dos seis anos. Agora, elas estão morrendo na adolescência”.
O grupo
O grupo se reunirá com regularidade para estudar o perfil dessas mortes no estado e propor soluções para preveni-las. Participam órgãos como o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Defensoria Pública estadual; três comissões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro; as secretarias estaduais de direitos humanos e segurança pública e a prefeitura do RIo de Janeiro.
Pelo lado da sociedade civil, integram o grupo entidades como o Movimento Moleque, o Observatório de Favelas e o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.