Além da questão do Oriente Médio, o presidente brasileiro reprovou a forma como Trump conduz sua política internacional, classificando suas ações como “bravatas”. Para Lula, o republicano adota uma atitude provocativa que prejudica as relações diplomáticas globais.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta quarta-feira, o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à política externa e ao comércio internacional, com destaque ao BRICS. Em entrevista concedida nesta manhã a rádios de Minas Gerais, Lula condenou também as declarações recentes de Trump sobre a Faixa de Gaza e destacou a necessidade de os palestinos administrarem seu próprio território.

Além da questão do Oriente Médio, o presidente brasileiro reprovou a forma como Trump conduz sua política internacional, classificando suas ações como “bravatas”. Para Lula, o republicano adota uma atitude provocativa que prejudica as relações diplomáticas globais.
— Tem um tipo de político que vive de bravata. O presidente Trump fez a campanha dele assim, ele agora tomou posse e já anunciou ocupar a Groenlândia, já anunciou anexar o Canadá, já anunciou mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, já anunciou reocupar o Canal do Panamá. Ou seja, sinceramente, nenhum país, por mais importante que seja, pode brigar com todo mundo a todo tempo — afirmou.
Desdolarização
Durante a entrevista, Lula também enfatizou a importância do bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS), entre outros, na economia global e defendeu a possibilidade de adoção de uma moeda alternativa ao dólar nas transações comerciais.
— Os BRICS significam praticamente metade da população mundial, significam quase metade do comércio exterior desse mundo e nós temos o direito de discutir a criação de uma forma de comercialização que a gente não dependa só do dólar. Não foi o mundo que decidiu que o dólar seria a moeda, foram os Estados Unidos — ressaltou.
O presidente reforçou também a necessidade de um debate mais amplo sobre a autonomia financeira dos países e criticou a dependência global da moeda norte-americana. Para ele, o mundo deve buscar maior equilíbrio no comércio internacional e evitar imposições unilaterais por parte dos Estados Unidos.
— Não é o mundo que precisa dos Estados Unidos. Os Estados Unidos também precisam do mundo, precisam conviver harmonicamente com o Brasil, com o México, com a China. Ninguém pode viver de bravata a vida inteira. Ninguém pode viver ameaçando todo mundo a vida inteira — resumiu.