O produtor musical Tom Capone, que morreu neste mês num acidente de moto, logo depois da cerimônia de entrega do Grammy Latino, em Los Angeles, estava embriagado no momento da colisão, segundo laudo divulgado na terça-feira.
Uma autópsia mostrou também que Capone sofreu fraturas múltiplas. Ele havia sido indicado a cinco Grammies -- era o produtor dos discos de Maria Rita e do grupo Skank, que foram premiados.
O produtor, cujo nome verdadeiro era Luis Antonio Ferreira Gonçalves, tinha pelo menos 0,13 grama de álcool por litro de sangue. Pela lei da Califórnia, é proibido dirigir com mais de 0,8 grama.
Segundo Craig Harvey, porta-voz do IML do Condado de Los Angeles, os exames toxicológicos não revelaram a presença de nenhuma outra droga no organismo do produtor. "Ele tinha álcool no organismo. Pela lei, estava alcoolizado na hora do acidente", afirmou Harvey.
Capone dirigia pelo boulevard Ventura, uma das principais vias do bairro de Van Nuys, quando sua Harley Davidson dourada, modelo "Fatboy", se chocou com um Dodge Neon dirigido por uma moça de 23 anos, num cruzamento.
A polícia disse que Capone pode ter furado um sinal vermelho e que não usava um novo tipo de capacete que lhe garantiria muito mais proteção. Ele foi jogado da moto, sobre um prédio, e foi declarado morto no local do acidente, que aconteceu às 3h30 (7h30 em Brasília) do dia 2 de setembro.
Segundo a revista Billboard, Capone, pouco conhecido nos EUA, foi o brasileiro mais vezes indicado para o Grammy, com suas cinco menções.
Ele havia sido indicado nas categorias álbum do ano e melhor engenharia de som pelo disco de estréia da cantora Maria Rita. Foi lembrado também como candidato a produtor do ano e duas vezes pela música do ano -- "A Festa", no disco de Maria Rita, e "Dois Rios", do Skank. O disco "Maria Rita", que vendeu 600 mil cópias, havia sido um grande marco na sua carreira.